Falar sobre Mãe é ao mesmo tempo fácil e difícil. Todos nós temos muito a dizer sobre o valor e a grandeza desse ser tão especial. Mas, ao mesmo tempo, as dificuldades são muitas. A principal delas é ter a inspiração suficientemente grandiosa e à altura de tanta beleza, quantas qualidades e inúmeros exemplos de abdicação.
Mãe
é uma palavra que não tem outra que com ela rime na língua portuguesa. Pelo
menos, não encontrei. É tão diferente de tudo que inimaginável a existência de
algo com essa mesma sonoridade, que vem da alma, das entranhas do coração.
Uma afirmação questionável é a de que mãe só se tem uma. Além da minha Iracema, o ser tão especial na minha vida e dos meus irmãos, tive várias que podem ser consideradas mães. Minha tia Enoy, que foi minha babá, minha madrinha Maria Camapum, Tia Vandira, tia Irani e tantas outras que já referenciei num post antigo aqui no blog (para ler, clique aqui). Nesta lista, acrescento Vanessa Dumont Barroso, a mãe dos meus netos Juliano e Martina
Dito
isso, resolvi homenagear as mães, neste segundo domingo de maio, com essas
belas e sublimes palavras do mestre Itaney Campos, grande amigo, desembargador,
poeta e escritor, no poema Ode às Mães. Resgato a minha poesia Outro Ser, que traz o desejo maior de todos os
seres: a possibilidade de ter em nossas vidas a beleza e a grandeza das mães. No segundo vídeo abaixo, o amigo, psicanalista, poeta e escritor Ítalo Campos declama um poema de sua autoria em homenagem às mães e especialmente a sua mãe Dona Nezinha, que já nos deixou.
É um dia muito especial. Nele, a humanidade faz uma pequena pausa para homenagear um ser que tem todas as qualidades que deveriam ser próprias da natureza humana: amor, dedicação, solidariedade e humildade.
Parabéns!
Beijos a todas as mães do mundo! A elas ofereço essa bela canção de B. J. Thomas, que sempre tocou minha alma e a de milhões de pessoas em todo o mundo. Quando nasci, minha mãe Iracema tinha exatamente 16 anos, como na música.
Ode ao Dia
das Mães
Itaney Campos
Mãe
nunca morre sozinha.
Com
ela morre um pouco do filho, da infância, da história e dos segredos da família.
Só
a mãe os registra no frontispício da alma, na sua memória amiga, onde mais que
na lembrança do filho, se reúnem seus tropeços, a fala intraduzível dos
primeiros anos, os momentos de medo e as horas de pranto.
Com
a mãe se vai a ternura única da entrega, o olhar de proteção e de muda
advertência.
No
colo de mãe continuam germinando as sementes da vida, ainda que a estação dos
frutos haja se esgotado, e nos seus seios há um incessante jorrar de leite, a
alimentar a fome dos rios da existência.
Sem
mãe, não há terreno seguro, porque as fendas se abrem continuamente nas horas
agrestes dos dias. Não há calendários sem mãe. O tempo se esvai na linha do
caos. Não há a leveza da água transparente, a chuva amiga, acalanto dos nossos
sonhos mais remotos e mais fecundos.
Mãe
nunca morre sozinha, leva consigo um mundo, mas deixa o legado indelével da
vida.
Outro ser
José Carlos
Camapum Barroso
Quem me dera dar à luz
Um filho e iluminá-lo
pela vida.
Dar a ele o carinho
protetor,
Esconder dele o pesadelo
E trazer o sonho de
amor.
Acordar de madrugada
Abraçando sua presença,
Temendo pela ausência,
Livrá-lo do mal e da
dor.
Quem me dera alimentar
Um filho com o próprio
leite...
Protegê-lo com o sangue
Que jorra suave das
veias.
Embalsamá-lo, se
preciso...
Amá-lo eternidade afora.
Sem perder seu sorriso,
Nem escorrer gotas de
lágrimas,
Trazê-lo antes de ir
embora.
Quem me dera ter e ser
Tudo isso, Senhor, em
vida.
E sonhar com a
felicidade
Que das estrelas
cadentes
Um dia tornar-se-ia
desejo.
Noutra dimensão do
sonho,
Este ser, então
benfazejo,
Seria simplesmente Mãe!
Que textos encantadores! Sua sensibilidade é comivente, Ze. Grande abraço. Luciene
ResponderExcluirQue espetáculo de poesia, Zezão!!! Gostei de tudo aqui nas a sua poesia arrebentou. Obrigada pela homenagem. Hoje desempenho a função de mãe da minha mãe e me sinto muito honrada de chegar nesse momento com disponibilidade para retribuir tido o cuidado que ela me dedicou.
ResponderExcluirLinda homenagem! Obrigada Zé!💝
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