Mês
de julho é especial. Não porque eu seja um juliano, mas por ter sido neste mês,
há 39 anos, que eu e a Stela decidimos juntar nossos panos, poucos, é verdade,
mas bem embalados num manto de carinho, amizade e respeito. Também é especial
porque, como escrevi aqui no blog, o aniversário de Uruaçu – aquela cidade
localizada no centro de tudo – ocorre em julho, no dia 4 mais precisamente, para inveja dos americanos, que viram ofuscadas suas comemorações pelo
surgimento dos Estados Unidos da América como Nação.
No
dia 26 de julho, fizemos esse compromisso na presença de familiares e de amigos
e amigas queridas. Dia importante no calendário em que se homenageiam os avós e
a Igreja Católica dedica a Nossa Senhora Santana. Para coroar, nosso neto,
completando seis meses, ganhou o nome de Juliano.
Ao longo de alguns anos, tenho alimentado um poema em torno das bodas de casamento, seus significados e inspirações. Segue o texto, atualizado para mais um mês de julho que está terminando.
Bom domingo aos amigos e amigas do blog.
Ao longo de alguns anos, tenho alimentado um poema em torno das bodas de casamento, seus significados e inspirações. Segue o texto, atualizado para mais um mês de julho que está terminando.
Bom domingo aos amigos e amigas do blog.
O passar do tempo
José Carlos Camapum Barroso
O amor, quando
faz
Trinta e
alguns anos,
Deixa a concha
De
madrepérola,
Pois, ao sair
do papel,
Em plena lua
de mel,
Enrolou-se no
algodão.
Em meio a
buquê de flores.
Fez-se duro
como madeira,
Entrelaçada de
amores...
O sabor do
açúcar trouxe
O perfume da
papoula,
Que passou
pelo barro
E foi virar
cerâmica
(Sem quebrar a
louça).
Ah... todos
esses anos...
Quantos desenganos
A envergar o
aço,
A desafiar o
abraço,
A rasgar seda,
cetim.
O linho trouxe
a renda
E as bodas
viraram marfim.
No
resplandecer do cristal,
A turmalina
cor de rosa
Desaguou na
turquesa...
Ao amor e sua
beleza,
Juntou-se a
maioridade.
O que fazer
agora, então?
A água-marinha
já não
Banha a mesma
porcelana...
Resiste a
louça, coberta
Em palha,
guardada
Em opala, que
desperta
O brilho fino
da prata...
Como passam os
anos...
Novos, antigos
desenganos
Trazem um
cheiro de erva
Ao amor
balzaquiano...
Tudo agora é
pérola!
E a força do
Nácar ajudou
A passar
trinta e um anos.
Como não ficar
sozinho...?
Entre anos e
desenganos,
Vieram as
Bodas de Pinho.
E nós, em
nosso ninho,
A aguardar
indecisos:
O que será meu
Deus
Essa tal Bodas
de Crizo?
Aos trinta e
três anos...
Melhor seria
“Bodas de Cristo”.
Os dias se
passaram...
Agora podemos
caminhar
Rumo às
Oliveiras...
Símbolo da
amizade,
Da paz e
prosperidade.
Um ramo apenas
bastará,
A nos encher
de esperança.
Depois de
tanta turbulência,
Teremos “terra
à vista”.
Sinal que a
vida continuará
A nos oferecer
conquistas!
Debaixo da
Oliveira,
O tempo passa
devagar,
Suas folhas
são perenes,
Nos deixam
mais serenos
A espera do
amanhecer...
Árvore da
prosperidade,
Bendita e
bem-vinda
Até que o sol
possa nascer.
Vamos caminhar
pela praia,
Onde os corais
de uma nova
Vida irão
resplandecer.
Corais
sedimentados,
Incrustados e
fortalecidos
Pelos grãos de
areia...
Depósito
compartilhado
De alegrias,
dores e amor...
Logo, logo,
chegarão
As Bodas de
Cedro,
Árvore de
tronco largo,
A sustentar
sonhos
E lembranças
tão altos,
Distantes e
altivos,
Que nem a
vista alcança.
Madeira de lei
A sustentar
nosso leito,
A fortalecer
no peito
Mais um ano de
caminhada.
Essa a nossa
estrada,
Com sabores e
dissabores
Superados pelo
chá
Do Cedro-Rosa
E pelo óleo milagroso
Dessa madeira
vermelha.
Do alto de
seus galhos,
Podemos o
futuro avistar:
Há uma pedra
no meio
Do caminho...
no meio
Do caminho,
uma pedra há:
Nossa
aventurina,
De tantas
aventuras,
Com seus
fluidos benignos,
Pronta para
nos agasalhar.
Pedra
esverdeada,
Que emociona e
purifica.
Traduz a
maturidade
De uma vida
tão rica
De prazer e
criatividade.
Aos 38 anos,
então,
É tempo de
comemorar
Com o vinho
guardado
Em barril de
carvalho.
Néctar dos
deuses,
Balsamo de
dores
A revigorar
amores
Contidos nos
corações.
E veio o
mármore...
Rocha firme,
calcário,
Sob pressão e
calor,
Dá beleza ao
casamento
E à vida, mais
valor.
Novas bodas
vão chegar,
Desta vez, a
tão sonhada
E cobiçada esmeralda...
Pedra
encravada
Entre a prata
e o ouro,
No amor incondicional
Guardada há 40
anos.
Estímulo ao
coração
Nos traz
renascimento...
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