Se
a gente falasse menos, talvez compreendesse mais. Esse verso do saudoso Luiz
Melodia vem a calhar no dia de hoje, consagrado como Dia da
Compreensão Mundial. Principalmente por alertar para o tanto que se fala, escreve e publica
sem a devida e necessária compreensão, nesses tempos modernos
das redes sociais. Ao mesmo tempo, a compreensão inexiste, muitas vezes, porque as pessoas
deixam de falar, em situações em que o diálogo é essencial para superar divergências e
desavenças.
Sem
compreensão não se alcançará a paz, pois as diferenças são enormes e variadas
entre pessoas e povos, sejam de ordem estética, cultural, religiosa, sexual e
mais ainda político-ideológica. Mahtma Ganhdi disse que “não há caminho para a
paz, a paz é o caminho”, mas, ele mesmo mostrou para a humanidade que o caminho mais
seguro para se alcançar a paz passa pela compreensão.
Compreensão
não significa que a pessoa, o indivíduo, deva se anular ou apagar sua
existência diante de tantas divergências e diversidades. Pelo contrário, pode
ser o melhor caminho para afirmar e destacar também as suas peculiaridades e os
diferentes aspectos do seu pensamento, modo de ser e de agir.
Faltou
compreensão ao compositor Wilson Batista na polêmica musical com o colega Noel
Rosa, lá pelo início da década de 1930. O último lance da pendenga foi a música
de Wilson que chamava Noel de o Frankestein da Vila, apelando para um defeito que
o artista genial de Vila Izabel tinha no queixo. Noel deu por encerrada a
polêmica e outros sambas geniais deixaram de ser criados, além dos
inesquecíveis Lenço no Pescoço, Rapaz Folgado, Mocinho da Vila e
Feitiço da Vila.
Menos
de uma semana antes do Dia da Compreensão Mundial, o Supremo Tribunal Federal
decidiu, por unanimidade, que o conceito de família não pode ser restrito a
uniões heterossexuais, estabelecendo de forma inequívoca que o conceito de
entidade familiar deve prever a união homoafetiva. Foi considerada
inconstitucional uma lei da Câmara Legislativa do DF que tentava restringir aos
casais heterossexuais a instituição de uma família.
Faltou
compreensão a quem propôs o então projeto de lei. Mais ainda aos deputados que o
tornaram lei. O STF deu provas de que está atento às diversidades de
relacionamentos e comportamentos numa sociedade complexa, e pronto para impedir imposições de preconceitos, sejam de ordem sexual ou religiosa. Por falta de
compreensão, a Igreja Católica condenava a morrerem queimadas na
fogueira as pessoas consideradas bruxas, nos tempos da Santa Inquisição.
A
compreensão é vital para todas as áreas da existência humana e convivência
entre pessoas. Palavra mágica. Precisa e deve ser incorporada às diversas
culturas de diferentes pontos do planeta Terra.
Salve
o Dia Mundial da Compreensão e viva a diversidade.
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