Brasília
está em festa musical neste fim de semana. De hoje até segunda-feira (21 a
24/11), o cantor, compositor e violinista Antônio Nóbrega está na cidade com o
espetáculo Recital Para Ariano, no
Teatro da Caixa Cultural Brasília. Uma apresentação composta de romances, poemas,
martelos agalopados e toques instrumentais, que homenageia o também
pernambucano Ariano Suassuna, dramaturgo, poeta, romancista, ensaísta e um dos
grandes pensadores da sociedade brasileira.
Nessa viagem
musical, Nóbrega passa pelos romances “A Nau Catarineta”, “A Filha do Imperador
do Brasil”, pelas canções “O Rei e o Palhaço” e “Canudos” e pelas peças
instrumentais “Rasga” e “Ponteio Acutilado”. O artista é acompanhado dos
músicos Edmilson Capelupi (violão 7 cordas, viola e cavaquinho), Edson Alves
(baixo e violão), Leo Rodrigues (pandeiro, percussão e bateria), Olívio Filho
(acordeão) e Zé Pitoco (sax alto, clarinete e zabumba).
Nóbrega
lembra que já fazem mais de quarenta anos desde o momento em que Ariano o
convidou para integrar o Quinteto Armorial. “Dessa ocasião até praticamente a
sua morte, além da boa convivência e amizade que sempre cuidamos em manter,
estabelecemos também um vínculo artístico que se materializou em algumas peças
musicais”, acrescenta o músico. O artista pernambucano ressalta o
espetáculo também se constitui numa espécie de recital sentimental e que essas
músicas “foram tanto diretamente referenciadas em suas obras literárias –
particularmente na Pedra do Reino –, quanto, de modo indireto, inspiradas nas
prazerosas conversas que tivemos ao longo dos anos”.
Na
segunda-feira, Nóbrega vai ministrar a oficina Poesia e Romanceiro Populares Brasileiros. No encontro, aberto ao
público, o artista discorre sobre o nascimento e desenvolvimento das formas e
gêneros da poesia popular brasileira, desde a quadra, trova ou quadrinha – a
mais simples e universal-brasileira – até o galope à beira-mar, a mais complexa
delas. Nóbrega aborda, também, a cantoria nordestina, o romanceiro e a
literatura de cordel.
Falar
sobre Antônio Nóbrega é sempre prazeroso. Um artista de mão cheia, talentoso,
sensível e apaixonado por aquilo que produz e divulga no mundo da cultura.
Começou a estudar violino aos oito anos. Em 1971, foi convidado por Ariano
Suassuna para integrar o Quinteto Armorial, que tanto nos encantou ao longo de
toda a década de 1970. A partir desse momento, passou a estudar o universo da
cultura popular e posteriormente a criar espetáculos de teatro, dança e música,
entre eles: Brincante, Segundas
Histórias, O Marco do Meio Dia,
Figural, Na Pancada do Ganzá e Madeira
Que Cupim Não Rói.
Um
espetáculo imperdível para todos aqueles que amam a nossa música e valorizam a
nossa cultura.
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