Carlos Drummond de
Andrade, nosso poeta maior, se estivesse vivo fisicamente hoje estaria fazendo
110 anos. Digo, fisicamente, porque Drummond, assim como outras ilustres
figuras do nosso mundo literário, artístico e cultural, não morreu, nem
morrerá, jamais. A força do seu canto, a beleza de suas palavras e versos, a
profundidade de suas frases, contidas e dilapidadas por um talento insuperável,
tudo isso continua a percorrer o mundo e a encantar velhas e novas gerações.
Desde o ano
passado, o Brasil passou a comemorar o nascimento de Drummond, ocorrido no dia
31 de outubro de 1902, em Itabira, Minas Gerais, como o Dia D. Uma Idea maravilhosa
que precisa ser preservada e ampliada, pois esta data, realmente, significa um
marco para o nosso universo literário e cultural. Drummond, aquele mineiro contido,
sutil e reservado, transpôs para o mundo das artes toda a profundidade da vida.
Acho que Drummond é
um mineiro, brasileiro, que nasceu para o mundo. A começar das letras que
compõe seu nome até a universalidade da sua arte. Para ajudar a compor mais
esse Dia D, reproduzo abaixo uma singela homenagem que fiz ao poeta maior, no
ano passado, e um clipe do próprio Drummond declamando sua poesia sobre o mundo.
Drummond
Mundo
Mond
Rudond
Nomur
Domund
Do umor
Mundo
vasto, mundo
José Carlos Camapum Barroso
O mundo
de Drummond é vasto
Como a
solidão dos homens.
Atravessa
montanhas e mares
E se
perde na imensidão da noite,
Na força
do sol diante da lua...
Drummond
é forte como ferro
Feito
pedra arrancada de Itabira:
Montanhas
mágicas de Minas.
Um
homem-menino, calado...
Em meio a
tantas palavras
Contidas
e espalhadas
Pelo
mundo, vasto mundo...
Cabisbaixo,
o olhar distante,
Além,
muito além do horizonte,
Belo e
feio, corroído pelas mãos
Humanas,
penetra almas.
A voz macia
e rouca, vagarosamente
Desperta
sonhos, prazeres
Entre homens
e mulheres
Palavras
de Drummond
São
lâminas afiadas,
Que
cortam águas, rios e oceanos.
Trespassam
montanhas.
Inundam
de lágrimas vales
Vazios de
humanidade...
Versos
drummondianos,
Em ondas
longas e curtas,
Ao pé do
ouvido de Deus,
Ecoando
pelo Universo,
Mansamente,
em silêncio.
O mundo é
pequeno, contido...
O de
Drummond é vasto,
Expansivo
e expandido
Pelo
poder do artista.
O coração
de Drummond
É maior
que ruas e avenidas...
O mundo e
os homens são pequenos.
O mundo
de Drummond é vasto.
Belo poema, Zé Carlos. Abraço.
ResponderExcluirFico feliz em saber que você gostou. Grande abraço.
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