Clara Nunes passou por esse mundo
como um furacão. Rápido demais, com muita força, presença marcante e não deixou
pedra sobre pedra no universo conservador da música popular brasileira,
principalmente do samba. Quebrou o tabu de que mulher não vendia discos,
conseguindo seguidos recordes de venda, inclusive com a marca de 300 mil cópias
vendidas do LP Alvorecer, que trazia
as antológicas “Contos de Areia” e “Menino Deus”.
Essa mineira de Paraopeba abraçou o
samba com raça e talento, casou-se com a Portela e com Paulo César Pinheiro,
fazendo com que a música brasileira ganhasse mais graça e charme, com discos
geniais como “Canto das Três Raças”, “Guerreira” e “Brasil Mestiço”.
Clara é guerreira, tinha uma voz
melodiosa, um senso rítmico admirável e cantava com energia e graça. Sempre
olhou a vida pelo lado social. Desejava ardentemente montar uma creche para
crianças carentes – sonho que foi colocado em prática por sua irmã Dindinha.
Quem não gosta de samba, bom sujeito
não é. Quem não gosta de Clara Nunes é ruim da cabeça ou doente do pé. Seu sucesso atravessou o mundo, dos terreiros de Iansã e de Ogum até os palcos do Japão. Quem ainda duvida é só conferir neste vídeo inédito de uma TV japonesa. Logo a seguir, uma bela homenagem de Fabiana Cozza à deusa do samba.
Merecidíssima homenagem a uma sambista guerreira, que a morte colheu antes da hora...Abs!
ResponderExcluirAcredito também que nossa passagem por aqui é uma das melhores entre as gerações passadas e as que virão. Épocas de ouro pelas abundâncias e desastrosas pelas transformações polêmicas no País e no mundo. Imaginem só com quem convivemos e que já foram embora: Além da Clara, o Evaldo, o Paulo Sérgio, Nelson Gonçalves, Ataulfo Alves, Altemar Dutra e tantos outros. Somos felizes por sabermos tanto de tantos em nosso século.
ResponderExcluir