João mostra o samba como a
Lua reflete a luz do Sol. Com delicadeza, poesia e um brilho tão grandioso que
não ofusca ninguém. Nem mesmo o filho, Diogo Nogueira, que canta com o mesmo
timbre de voz, a mesma paixão pela música – e tem orgulho de dar continuidade
ao imenso legado deixado pelo pai.
João Nogueira era compositor fino e
interprete de invejável grandeza. Morreu muito novo, antes mesmo de completar 59 anos de idade. Felizmente, na sua rápida passagem por este mundo, juntou-se a uma das figuras mais distintas do
cenário musical, Paulo César Pinheiro, com quem fez clássicos como Poder da Criação, regravado de forma
genial pela querida Beth Carvalho, Súplica, em nova versão de Mart'nália, As Forças da Natureza, na interpretação serena de Teresa Cristina, Um Ser de Luz, com Mariene de Castro, e Espelho, na interpretação do filho Diogo, entre tantas outras maravilhas.
O Sambabook de João Nogueira também
tem a grandeza de mostrar o valor de novos interpretes. Além do próprio Diogo,
aparecem os talentos de Teresa Cristina, Seu Jorge, Mart’nália e Gisa Nogueira,
irmã do homenageado. Como o poder da criação de João não era só para o samba,
Hamilton de Holanda acompanha de forma magistral a interpretação de Diogo para Chorando Pelos Dedos, que João compôs
em homenagem aos bandolinistas brasileiros, em especial Joel Nascimento.
Sambabook é um projeto grandioso, com
álbum duplo de CD, gravações e entrevistas em DVD e Blu-Ray, fichário de
partituras, caixa especial e livro discobiográfico. O segundo lançamento da
série homenageia Martinho da Vila, com interpretações geniais do seu universo musical,
que é alegre, descontraído, como o próprio Martinho e sua herdeira Mart’nália.
O samba está sendo passado em revista,
melhor dizendo, em book, por esse projeto
arrojado, com arranjos bem estudados e repertório e interpretes escolhidos a
dedo. Quem gosta de boa música, é um
apaixonado pelo samba e a música popular brasileira, tem obrigação de agasalhar em
casa o Sambabook de João e Martinho. E vamos aguardar o que virá na sequência.
Talento é o que não falta para ser homenageado nesse Brasil intensamente musical. Deixo a minha sugestão: Paulo
César Pinheiro.
Assino embaixo, inclusive na sugestão final. Nesse setor, o Brasil esbanja jóias finas...
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