Paulo César Pinheiro prova que o que é bom nunca é demais

Paulo César Pinheiro é sem dúvida o mais genial compositor coadjuvante da história da música popular brasileira. Fez canções belíssimas em parceria que vão de Pixinguinha a Lenine, passando por Baden Powell, Tom Jobim, João de Aquino, Edu Lobo, Paulo Vanzolini, Francis Hime, João Nogueira, Mauro Duarte, Guinga, Eduardo Gudin, Maurício Tapajós, Toquinho e tantos outros compositores dessa imensa estrada da nossa música.

Na verdade, independentemente da genialidade dos seus parceiros, Paulo César Pinheiro é por si só um músico maravilhoso, compositor precoce, letrista do nível de Chico Buarque de Holanda e Noel Rosa, escritor, poeta e dramaturgo. Fez sua primeira música – simplesmente, a bela Viagem – aos 14 anos de idade, em parceria com João de Aquino. Aos 16 anos, já compunha com ninguém menos do que Baden Powell, com quem fez Lapinha, sua primeira música gravada em disco, na voz de Elis Regina.

Paulo César Pinheiro já foi gravado por mais de 500 intérpretes e tem mais de 1.100 músicas registradas em disco, sem falar nas canções inéditas. Entre as vozes famosas que gravaram sua obra, no início de sua carreira, estão Elizeth Cardoso (a Divina), Elis Regina e Clara Nunes, com quem foi casado durante oito anos até a trágica morte da cantora.

Carioca da gema, Paulo César nasceu no Rio de Janeiro no dia 28 de abril de 1949. Cultiva, desde a infância, o hábito de sentar-se diante de uma folha em branco e escrever qualquer coisa. Talvez isso explique o Poder da Criação, essa capacidade extraordinária, esse dom que traz do berço.

Pesadelo é a canção preferida do próprio Paulo César em meio ao seu imenso repertório cheio de coisas maravilhosas. É difícil escolher algumas músicas num universo tão intenso. Além de Poder da Criação, que já postei aqui no blog na voz de Beth Carvalho (clique aqui), Cantos das Três Raças, que está no post em que falo de Clara Nunes (clique aqui), gosto muito de Minha Missão, que foi gravada de forma brilhante por Seu Jorge, e também de As Forças da Natureza, na voz serena e apaixonante de Teresa Cristina.

É amigos, se a música popular brasileira não existisse, o mundo musical seria bem mais pobre. E se nós não tivéssemos Paulo Cesar Pinheiro... Não teríamos conquistado essa soberania musical respeitada em todo o mundo.