Boa parte das minhas recordações de infância tem alguma coisa vinculada ao rádio. Lembro que certo dia estava sentado numa cadeira, ao lado da mesinha do rádio, cumprindo meu ritual, quando entra o amigo de infância Zé Renato Pereira (de saudosa memória), dizendo: “seu avô morreu, tá sabendo que seu avô morreu!”.
Tinha morrido, mesmo. E o corpo de seu Antônio Camapum, mais conhecido por seu Toinho, já estava chegando a Uruaçu, vindo de Goiânia, depois de uma temporada tentando debelar um câncer na capital do Estado. Lembro um pouco do velório, as pessoas chorando muito e eu assustado com tudo aquilo. Depois, durante alguns dias, o rádio ficou coberto com um pano preto. E eu sem entender o que estava acontecendo. Além de perder meu avô, ainda não podia ouvir rádio? Explicaram-me que era preciso guardar luto.
Batista Barroso, radioamadorista em Uruaçu |
A comunicação via rádio é fácil,
direta, objetiva. O seu poder de difusão e de penetração nas diversas classes sociais e pelo país afora é
inestimável. Todos a mam o rádio, sejam radialistas, jornalistas, comentaristas,
músicos, e até mesmo, pasmem, os políticos!
Já temos três datas homenageando esse
veículo de comunicação e seus profissionais. Uma dessas datas, o Dia do
Radialista, em 21 de setembro, foi criado por Getúlio Vargas para
comemorar a instituição do piso salarial da categoria; o outro Dia do
Radialista, em 07 de novembro, foi instituído pelo presidente Lula, em 2006,
para homenagear Ary Barroso, músico e locutor esportivo de raro talento; e o
tradicional Dia do Rádio, que se comemora em 25 de setembro, criado para reverenciar
Roquete Pinto – o pai do rádio no Brasil.
Até na criação do rádio tem dedo de
brasileiro. O inventor, oficialmente, é o
italiano Guglielmo Marconi, que criou o "telégrafo sem fio", um
modelo inicial que se desenvolveu até o sistema que conhecemos hoje. Mas
há também quem atribua essa invenção ao padre brasileiro Roberto Landell de
Moura, que, em 1894, desenvolveu
aparelho semelhante e efetuou a emissão e recepção de sinais a uma distância de
oito quilômetros, do bairro de Santana para os altos da Avenida Paulista, em
São Paulo. Religiosos fanáticos teriam destruído seu aparelho e
anotações por se tratar de pacto com o demônio, o que atrasou o registro da
invenção.
Ary Barroso,
justamente homenageado com o Dia do Radialista, na semana passada, era uma
figura ilustre e folclórica do mundo do rádio. Flamenguista apaixonado, narrava as
transmissões dos jogos de forma bastante peculiar. Quando o time adversário
se aproximava da área do seu clube, em jogada perigosa, ele gritava: “Não quero
nem ver”. Se o Flamengo sofria um gol, então, ele narrava: “E deu-se a merda”.
Vale lembrar que o Radialista também é homenageado no dia 21 de setembro, data em que foi criado o salário base para esses profissionais, em 1943, durante o governo de Getúlio Vargas.
No dia 25 de setembro é celebrado o Dia do Rádio, em homenagem a Edgard Roquette-Pinto, que nasceu nessa data no ano de 1884. Em 1923, ele criou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira emissora do Brasil.
Vale lembrar que o Radialista também é homenageado no dia 21 de setembro, data em que foi criado o salário base para esses profissionais, em 1943, durante o governo de Getúlio Vargas.
No dia 25 de setembro é celebrado o Dia do Rádio, em homenagem a Edgard Roquette-Pinto, que nasceu nessa data no ano de 1884. Em 1923, ele criou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira emissora do Brasil.
O rádio e os
radialistas merecem nossas homenagens. É um veículo de comunicação fantástico,
cheio de histórias curiosas e intrigantes. Nessas ondas, podemos surfar com
segurança e tranquilidade. Elas não nos oferecem riscos, só contentamento.
Beleza de crônica, Zé! Só sei dizer que eu também adoro rádio, naquele estilo de transmissão antiga! Vc disse tudo!
ResponderExcluirViva o ra´dio!
ResponderExcluir