Os sonhos são uma parte importante da
vida de todos nós. Não importa se os sonhos sonhados quando acordados ou sonhos
que compõem as nossas noites de sono. Ambos têm um valor inestimável para a
nossa formação e, de certa forma, são a razão de ser da existência humana. Sem
sonhos, caminhamos de forma dispersa, fora do compasso e sem um rumo definido.
Nossa bússola perde o magnetismo e ficamos sem um Norte a alcançar.
Quando o beatle John Lennon pronunciou
a retumbante frase de que “o sonho acabou” foi um Deus nos acuda. Como? Pra
onde vamos e o que faremos? Logo ele, um dos mais significativos exemplos da
geração dos anos 1960, tão permeados de sonhos, esperanças e propostas
revolucionárias? Na verdade, o cantor e compositor, que depois seria
assassinado em Nova Iorque, queria dar um “corte no baralho” da história de uma
geração, que, naquele momento, estava sendo engolida pelo próprio sistema. O
sistema havia reagido e mostrava-se mais forte do que os sonhos.
O próprio Lennon teve que se
manifestar a esse respeito com outra frase simbólica: “Faça seu próprio
sonho... Eu não posso te despertar. Você pode se despertar”. Na verdade os
sonhos têm extensões diversas. Depende de cada um de nós e da coletividade.
Cultivá-los, perpetuá-los e fazer com que se tornem realidade é uma tarefa
perene, que deve nos acompanhar por toda a existência.
Faço essas reflexões no momento em que
a sociedade brasileira, por razões diversas, volta a sair às ruas pra
manifestar seus desejos, suas ansiedades, decepções e crenças. Os sonhos estão
ali expressos em camisetas, faixas, cartazes e bandeiras. Mas a incapacidade de
sonhar, ou a potencialidade para alimentar pesadelos, também andou por lá na
palavra de ordem dos que pediam intervenção militar no processo político. O
antropólogo Darci Ribeiro, um dos maiores sonhadores desse Brasil tão pobre de
sonhos, deve ter se revirado no túmulo. John Lennon, também.
Se as
coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
(Mário
Quintana)
O sonho não acabou nem acabará jamais.
Não importa se eles estão por perto ou se nos apresentam tão distantes. Sonhos são
sonhos, uma doce ilusão da qual, jamais, abriremos mão. E nem temos capacidade para tanto! A palavra sonho vem do
latim (somnium) e significa
adequadamente: ilusão.
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