domingo, 19 de junho de 2016

A dor dos migrantes-refugiados não para de acontecer

                                                                         Foto: UYGAR ONDER SIMSEK / AFP
O mundo assiste, com boa dose de indiferença, as constantes mortes de refugiados de guerras e da miséria que tomam conta de vários países em pleno século XXI. Dezenas de tragédias já aconteceram desde a morte por afogamento do pequeno Aylan Kurdi, o menino da foto que fez chorar o mundo, até a madrugada deste domingo, quando guardas da fronteira turca mataram onze pessoas, que buscavam escapar dos horrores da guerra civil na Síria. A maioria das vítimas era de uma mesma família, entre elas duas mulheres e quatro crianças.
O mundo globalizou a tecnologia, os negócios, mas não consegue abrir fronteiras para salvação das pessoas que fogem, desesperadas, de conflitos armados, atos terroristas e da fome. São barrados pelo mar bravio, a fúria das ondas, ou pelo ódio que sustenta o nacionalismo das nações.
Mas uma tragédia para as estatísticas do mundo de horrores. Outras quantas ainda virão? Quantas mortes de mulheres e crianças indefesas serão necessárias para que a humanidade consiga estabelecer a paz? Os países dessas regiões possuem uma cultura invejável, que remonta a períodos anteriores a Era Cristã. Mas nada disso sobrevive ao ódio, a intolerância e à falta de amor ao próximo.
Muito triste.
Hoje é domingo. Domingo pede cachimbo, mas não apenas o do descanso e do lazer, mas essencialmente o da paz. Quem sabe a poesia e a música nos ajudam. Quem sabe ainda alcançaremos a verdadeira humanidade.



Refugiados
José Carlos Camapum Barroso

Há entre gotas de areia
Um oceano de ilusão...
Em cada grão do mar,
Lágrimas mediterrâneas,
Salgadas de indiferenças...

Tantos Aylan, tantos ais
Em nuvens de ingratidão!
Com balneário ao largo,
O bote da salvação desfaz
Um sorriso doce, maroto...
E faz selfie a globalização.

Refugos dos refúgios...
Em que Bandeira estarão?


Um comentário:

  1. Belo Comentário. Lindo poema. Que as fronteiras se abram. Se tornem humanas. No mundo há lugar para muitos Aylan.

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