terça-feira, 14 de junho de 2016

Ausência no Dia Universal de Deus

Exatamente há dez anos, nesse mesmo Dia Universal de Deus, minha sogra Odessa de Freitas resolveu, de forma abrupta e inesperada, trocar este mundo por um outro, talvez melhor e mais grandioso. Foi mais uma vítima de acidente de trânsito. Mais um pedestre que entrou para as estatísticas quando transitava pelas ruas de Goiânia.
Durante essa década de ausência, pudemos perceber quanta falta faz uma pessoa de personalidade marcante e presença constante em todos os episódios da família e dos amigos. Nunca se furtou a percorrer distâncias e atravessar fronteiras para visitar um parente ou um amigo.
Deixou muitas saudades e uma gama de boas lembranças, principalmente pela personalidade que ostentava: forte, determinada e de uma invejável capacidade de comunicação. Dedicou boa parte da sua vida à família, aos amigos e amigas. Não os abandonava, jamais, sempre dando atenção especial nos momentos bons e ruins da vida.
Quem não a conheceu, perdeu uma extraordinária oportunidade de conviver com uma bela pessoa. Sincera, muito franca e de uma presença de espírito impressionante. Adorava o Rio de Janeiro, o Botafogo, Carlos Lacerda, Jânio Quadros, Getúlio Vargas, mas detestava Juscelino Kubitschek, Brasília e tudo que, por algum motivo, lembrasse "o comunismo". Era da UDN do lenço vermelho.
Católica, devota do padre Eustáquio.  Era mineira da gema e se orgulhava da sua gente.
Revirando nossos alfarrábios, descobrimos duas poesias que ela deixou, escritas de próprio punho. Demonstra seu lado romântico, mas também um pouco do modo duro e crítico como enxergava a vida. A poesia Regresso fala de alguns dias vividos na nossa querida Uruaçu, lá pelos idos de 1972. Já o poema Tarde Demais nos remete a uma surpreendente visão do amor, a alegria que ele nos traz, mesmo quando, supostamente, ocorre em descompasso com o tempo.
Resgato esses dois textos para matar um pouco a saudade dessa pessoa que ocupou um espaço importante na vida de todos nós.
Dez anos... uma década... como o tempo passa rápido. Não se fazem ausentes, jamais, aquelas personalidades que sempre estiveram presentes pela força do seu ser. Pessoas assim são capazes de desafiar até o tempo. De fato, só poderia ter nos deixado no Dia Universal de Deus...


Um comentário:

  1. Dona Odessa foi um espetáculo de pessoa
    Dessas que a gente não esquece nunca.

    ResponderExcluir