sábado, 23 de março de 2024

Crônica destaca o valor do porquinho para os humanos

 

No grupo de WhatsApp “Amigos do Zé Sobrinho”, que reúne uma turma lá de Uruaçu, Goiás, foi publicada uma crônica que achei interessante e bem inserida no contexto atual. Foi escrita pelo amigo, escritor, poeta e psicanalista Ítalo Campos, uruaçuense da gema, residente em Vitória, Espírito Santo.

Por coincidência, recentemente, ouvi alguém comentar que, ao contrário do que muitos pensam, o porco é um animal muito limpo. Disse que é o homem que o cria como um animal sujo, num chiqueiro, chafurdando na lama.

Bom, mas já estou escrevendo demais


O porquinho doméstico
Ítalo Campos

Eu crio um porquinho aqui em casa. Eládio é tratado como um pet, com toda higiene, rações balanceadas e carinho. Deambula pela casa com desenvoltura porquina. Caseiro, Eládio não reivindica grandes passeios externos. Quando, esporadicamente, o levo para uma volta na praça, recebo apupos verbais desde o elevador afora.

Vale destacar que tenho vizinhos de nível superior, classe média, religiosos e, muitos, devotos de São Francisco.

Nesta semana um tremendo susto me acometeu e lhes conto.

Ao voltar do passeio esporádico, tratei de trazer bem curta a rédea do Eládio, ao esperar e penetrar no elevador. Apesar do meu adotado pet não oferecer perigo, nunca atacar outros animais ou humanos, eu não dispenso a coleira.

Muito constrangido, entrei no veículo. Por lá, já se encontrava uma sempre amarela dona Loxa (origem estrangeira), até então a mais revoltada, implicante  e opositora do meu estimado animal.

Meu susto aconteceu quando ela olhou para ele, depois olhou para mim, e sorriu simpática. Pior, com a maior naturalidade pegou-o no colo, sorrindo, dirige-se a mim: não tinha reparado que ele é tão bonitinho.

Não soube o que responder tal surpresa. Tentei um agradecimento e  felizmente chegou ao meu andar, peguei o animal e, quase correndo, saí. Disse apenas um tchau colocando Eládio no chão.

Pouco mais tarde, no jornal televisivo, soube do grande avanço científico realizado nos EUA com a participação de um pesquisador brasileiro. Pela primeira vez foi realizado um transplante de rim utilizando um órgão suíno e deu certo.

Sucesso total.

Eládio nunca mais vai passear.


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