Este
é um fim de semana, no ZecaBlog, dedicado aos animais, seus encantos e relações
com os seres humanos. Neste sábado (23/3), publicamos uma bela crônica sobre O
Porquinho Doméstico (para ler, clique aqui) e, neste domingo, trazemos um texto
da amiga, poeta, cronista e escritora Sinvaline Pinheiro, que está à frente do
Memorial Serra da Mesa, em Uruaçu, Goiás.
A
crônica também foi publicada no WhatsApp "Amigos do Zé Sobrinho", que reúne
pessoas ligadas, de alguma forma, à nossa querida cidade do meio-norte goiano.
Nela, de forma delicada e sensível, como é de seu feitio, Sinvaline narra sua
experiência de convívio com um periquito.
Deixemos que a autora se manifeste pelas suas palavras.
Sinvaline Pinheiro
Início
de outubro surgem as primeiras chuvas alegrando a vida e adubando o mundo...
O
vento traz recados, derruba árvores e
ninhos de pássaros...
Dois
seres pequeninos, sem penas choram no chão úmido, são filhotes de periquito.
Um
não resiste, resta cuidar do solitário
com papa de fubá, afagos e muita conversa...
Os
dias passam, penas crescem e ele altivo já reconhece minha voz..
Nessa
intimidade já consigo definir choro,
sede, fome ou simplesmente quando quer colo...
Gosta
de ficar no ombro quando trocamos ideias sobre a vida dos pássaros.
Sempre responde em gorjeios e bater de asas,
ensaiando voo.
Numa
tarde calorenta, um bando de parentes barulham no quintal...
Chicozinho
grita e plaina no ar rumo à copa das árvores...
Entardeceu,
a noite veio e ele não apareceu, apreensiva imaginei sua solidão na noite
escura...
No
dia seguinte olhando o céu arrisquei
dizer:
--
Chicozinho, Chicozinho!
Um
montinho verde voando e gritando
aterrissou na minha cabeça.
Muita
fome e sede, uma manga foi pouco...
Sorrindo
e chorando, perguntei sobre o passeio enquanto ele bicava minha orelha
devagarinho, cochichando em gorjeios:
-- Vou e volto, tô feliz!
Chicozinho
vai e vem quando quer.
É
livre...
Em
cada ida e volta minha alma voa junto...
Um sentimento em sintonia com a liberdade de compreender, viver e amar.
Que sensibilidade de Sinvaline, sou fã de seus textos. Ela coloca imagens na sua cabeça e sentimentos no seu peito. Ela não só deu comida mas atenção e amor pro bichinho. Lindo
ResponderExcluirConcordo, Rodrigo. Muita sensibilidade. Obrigado pela participação aqui no blog.
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