Jogadores
de futebol, em sua maioria, tratam as mulheres como se fossem uma bola. Exercitam sobre elas o pleno domínio. As conduzem pra frente e pra trás, para um lado e
para o outro, e até mesmo em intermináveis círculos viciosos. Raramente as tratam com
carinho, como fazem com a pelota nos gramados – nem todos, claro. Preferem
bater com força, de bico, de efeito, ou com defeito mesmo.
Tornaram-se
comuns os casos de violência contra as mulheres envolvendo jogador de futebol.
Infelizmente, com a presença marcante, nas estatísticas, de atletas
brasileiros. Estão em destaque, no cenário nacional e internacional, as
condenações por estupro de Daniel Alves e Robinho.
Ambos
os casos são emblemáticos. Robinho foi condenado na Itália por participar de um
estupro em grupo de uma mulher albanesa. O ex-jogador do Santos e da Seleção
Brasileira, teve a sentença confirmada em três instâncias naquele país, com
seus direitos a plena defesa devidamente preservados. Mas, preferiu esconder-se
na Baixada Santista. Em decisão inédita, o Superior Tribunal de Justiça (STJ)
determinou o cumprimento, de imediato, da pena de 9 anos de prisão, no Brasil.
Daniel
Alves, que jogou em vários clubes e na Seleção Brasileira, não se esquivou do
julgamento. Recebeu prisão cautelar e foi acusado de estupro de uma jovem
espanhola, em uma boate. Julgado e condenado a pouco mais de 4 anos de prisão,
recorreu e poderá aguardar o julgamento do recurso em liberdade, desde que pague
a bagatela de um milhão de euros (5,4 milhões de reais).
No
primeiro caso citado, a Justiça se manifestou de forma plena, irretocável. Tomou
uma decisão inédita, que servirá de exemplo para que novos casos semelhantes
não venham a ocorrer. Mandou recado contrário a qualquer tentativa de
impunidade.
No
caso Daniel Alves, a mensagem que sobressai é a de que a Justiça é mais
condescendente com o rico. A decisão de permitir a liberdade condicional é um
tapa na cara da vítima e uma demonstração de que agressão, estupro e outras
violências contra as mulheres recebem punições distintas a depender do status
financeiro do agressor.
Daniel
Alves e Robinho consideram as mulheres um objeto... no caso, por afeição, uma
bola de futebol. São conduzidas para onde eles querem e bem entendem, aos chutes,
de forma rasteira ou com balões. Se preciso debaixo do braço, sufocadas. Quando
levantam a voz, são silenciadas por uma pisada de cravos, levam caneladas e são
jogadas para escanteio, onde ficam reservadas para um próximo cruzamento.
Nelson Rodrigues faz uma falta danada... Teria feito belas crônicas sobre o drama dessa gente. Que tristeza o que restou do futebol brasileiro!
Uma analogia genial, Zezão, jogador trata a mulher como a bola. Mas acredito que uma punição com uma multa bastante significativa somada a um julgamento com a repercução que teve o do Daniel também pode ser disciplinar. Na verdade não acredito em cadeia, acho que temos que estudar formas mais inteligentes de punir. É o que eu acho, e eu sou quase nada.
ResponderExcluirA questão do tipo de punibilidade é sempre um debate interessante. Sua contribuição é importante para uma análise mais adequada do sistema punitivo. Particularmente, acho que, para os casos de estupros, ou outros tipos de violências contra as mulheres, tem que haver, também, punição restritiva de liberdade. Respeito seu ponto de vista, mas discordo, data vênia...
ExcluirGostei do texto curti a analogia com a bola de futebol..."Jogadas para escanteio onde ficam reservadas a para um próximo cruzamento." É bem isso. Dá nojo desses jogadores.
ResponderExcluir