O mundo da música é
mágico e está sempre nos reservando surpresas interessantes. Há muito tempo que
eu não ouvia meus discos de vinil. Por desleixo, principalmente, não mandava
arrumar o aparelho antigo que estragou, nem comprava um novo. Mas, enfim, comprei
um belo toca-discos de vinil Gemini, graças à interferência do Pedro Hildo, meu
sobrinho, afilhado e empresário nessa área de som, em Goiânia.
Este fim de semana
dediquei a ouvir os discos de modinhas e valsas, e, como não poderia deixar de
acontecer, relembrei atentamente o Long
Play (chique, né?) Modinhas Goianas,
na bela voz da cantora Maria Augusta Calado (foto ao lado). Lá estavam joias preciosas como Noites Goianas, da dupla de Joaquins Bonifácio e Santana, e também a
belíssima Rosa, de autor
desconhecido, que foi recolhida quando interpretada pelo bobo Xará, na cidade de Goiás, terra que viu
nascer Cora Coralina.
Um dos primeiros
e-mails que recebi nesta manhã de segunda-feira foi um release do cantor e
compositor Eduardo Rangel (foto abaixo), anunciando sua apresentação no próximo dia 10, quinta-feira,
no Feitiço Mineiro. No repertório de Rangel, modinhas e valsas que serão
abrilhantadas pelo violão de Jaime Ernest Dias, num clima de nostalgia e
serestas, com apresentação de músicas antigas e também de valsas e modinhas
atuais, como a Valsa Brasileira, de
Chico Buarque e Edu Lobo.
Confesso que fiquei
feliz. Primeiro porque é mais uma comprovação daquilo que já disse aqui, em
outras oportunidades, e não canso de repetir: a nossa música popular é
reconhecidamente rica, não apenas por nós brasileiros, mas também lá fora,
pelos apreciadores da boa música. Não somos lembrados apenas pelo bom futebol
(aliás, por este motivo, já começam a esquecer de nós), mas principalmente pela
nossa bela música.
Também fiquei
satisfeito em saber que Eduardo Rangel está empenhado em mais um belo trabalho.
Desta vez, resgatando um capítulo importante da nossa MPB, que são as canções
de serestas, as valsas e modinhas, muitas delas ainda bastante influenciadas
pelo estilo musical de nossos colonizadores. Mas, pouco a pouco, fomos criando
nossa própria personalidade, e foram surgindo nossas próprias valsas, bem brasileiras,
e nossas modinhas bem interioranas e temperadas pelo espírito seresteiro de
nossa gente.
Fica a minha modesta
sugestão para que o amigo Eduardo Rangel inclua no seu repertório – se ainda
for possível, claro – alguma canção desse belo universo das modinhas goianas. O
meu LP está aqui, disponível, juntamente com o novo Gemini, para que ele e o
violonista Jaime ouçam as músicas e tirem alguma coisa para ser incluída ainda nessa
apresentação de quinta-feira.
Enquanto isso, para
entrarmos no clima de nostalgia que promete dominar esta semana, vamos ouvir
duas canções do belo disco Modinhas
Goianas (veja a capa acima), e também a interpretação perfeita que Rangel deu a Valsa Brasileira, no ano de 2006.
Começar a semana assim,
como gostamos de dizer lá em Goiás, é bom demais da conta!
AH...que maravilha,belas músicas,grandes intérpretes,bom demais da conta !!!
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