quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O balé Quebra-Nozes, uma revista e o espírito natalino

A revista Plano Brasília chegou às bancas na virada do ano sob a batuta da jornalista Maura Charlotte, editando o exemplar Gente. A revista está linda, bem editada e promete ocupar um espaço muito promissor para o jornalismo brasiliense, que valoriza as pessoas, a moda, a cultura, as artes e a culinária.
Confesso que gostei e ainda tive a oportunidade de colaborar com um artigo sobre a apresentação do balé Quebra-Nozes, em Brasília, no início do mês de dezembro. O artigo está abaixo, mas para conhecer a revista basta buscar pelo endereço a seguir:
http://issuu.com/harisonsilva/docs/gente-6/5.



Quebra-Nozes e o espírito natalino
José Carlos Camapum Barroso

            Brasília ganhou um presente charmoso e inesquecível neste mês em que os cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo. Presente que encantou crianças, jovens e adultos das mais diversas classes sociais pela beleza da música de Tchaikovsky e pela doçura da versão da coreógrafa Gisele Santoro para o clássico Quebra-Nozes, com regência do talentoso maestro Cláudio Cohen, responsável também pela direção executiva do projeto realizado pela Secretaria de Cultura, com patrocínio da Caesb, na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional.
            Um bom público prestigiou as seis apresentações realizadas na primeira semana deste dezembro, com a particularidade de ter sido o primeiro espetáculo com a música criada por Tchaikovsky executada ao vivo por uma orquestra sinfônica em Brasília. E com a execução a cargo da exuberante Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro.
            Quem teve a oportunidade de ver pode se deliciar com os encantos da conhecida história de amor entre Clara e seu quebra-nozes, que se transforma em gente e é transportado para os sonhos da menina. A beleza do espetáculo ganhou contornos especiais graças aos cenários montados pelo brasiliense Andrey Hemuche, que caprichou na montagem de uma bela árvore de Natal de nove metros, telas pintadas no estilo neoclássico e elementos que nos remetem à cultura russa, onde se passa a história. Pontos também para o trabalho do consagrado figurinista José Alfredo Beirão Filho.
            A fidelidade de Gisele Santoro à partitura da música de Tchaikovsky, e também a importância que a coreógrafa deu à interpretação dos bailarinos, em sua maioria brasilienses e crianças, nos remete ao mundo mágico do Natal – cheio de sonhos e fantasias. O público deixa o teatro feliz, encantado com o amor da menina Clara pelo brinquedo, que ela ganha do padrinho e passa a fazer parte de seus sonhos.


            Esse é o verdadeiro espírito do Natal, que entusiasma pessoas de todas as idades e tem-se perpetuado através dos tempos. Pouco importa se o nascimento de Jesus ocorreu, de fato, no dia 25 de dezembro, dada as confusões causadas pelas mudanças de calendários e pelos interesses da Igreja Católica em ocupar espaço entre as festas pagãs, que ocorriam justamente no solstício de Inverno. Importa mesmo é o espírito de congraçamento, de união, amor e paz, emanados dessa festa tanto pelas tradições cristãs quanto pelas não-cristãs, que foram se juntando ao espírito natalino com o passar dos tempos.
            Brasília, com seu Plano Piloto em forma de um avião, sua arquitetura do mestre Oscar Niemeyer e o urbanismo do saudoso Lúcio Costa, arborizada e cercada pelas águas do Lago Paranoá, lembra um grande presépio, moderno, cintilante, mas cheios de desafios. O principal deles talvez seja o de superar as desigualdades que saltam aos olhos nas cidades que cercam o nosso “presépio”.
            O espírito natalino e as festas de final de ano, com certeza, formam um bom momento para refletirmos sobre as coisas boas, as conquistas alcançadas, mas também sobre o muito que ainda nos resta construir. Esse espírito natalino às vezes funciona como um verdadeiro quebra-nozes a romper a carcaça que nos separa de uma realidade mais próxima de um pesadelo do que dos sonhos da menina Clara. A realidade é dura, mas os sonhos quebram nozes.

Um comentário:

  1. Isso mesmo!!!Que o espírito de Natal perdure por todo o ano.
    um abraço a todas e a todos,
    Melissa

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