A revista Plano Brasília chegou às bancas na
virada do ano sob a batuta da jornalista Maura Charlotte, editando o exemplar Gente. A revista está linda, bem editada
e promete ocupar um espaço muito promissor para o jornalismo brasiliense, que
valoriza as pessoas, a moda, a cultura, as artes e a culinária.
Confesso que gostei e
ainda tive a oportunidade de colaborar com um artigo sobre a apresentação do
balé Quebra-Nozes, em Brasília, no início do mês de dezembro. O artigo está
abaixo, mas para conhecer a revista basta buscar pelo endereço a seguir:
http://issuu.com/harisonsilva/docs/gente-6/5.
Quebra-Nozes e o espírito natalino
José Carlos Camapum
Barroso
Brasília ganhou um presente charmoso e inesquecível neste
mês em que os cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo. Presente que
encantou crianças, jovens e adultos das mais diversas classes sociais pela
beleza da música de Tchaikovsky e pela doçura da versão da coreógrafa Gisele
Santoro para o clássico Quebra-Nozes, com regência do talentoso maestro Cláudio
Cohen, responsável também pela direção executiva do projeto realizado pela
Secretaria de Cultura, com patrocínio da Caesb, na Sala Villa Lobos do Teatro
Nacional.
Um bom público prestigiou as seis apresentações
realizadas na primeira semana deste dezembro, com a particularidade de ter sido
o primeiro espetáculo com a música criada por Tchaikovsky executada ao vivo por
uma orquestra sinfônica em Brasília. E com a execução a cargo da exuberante Orquestra
Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro.
Quem teve a oportunidade de ver pode se deliciar com os
encantos da conhecida história de amor entre Clara e seu quebra-nozes, que se
transforma em gente e é transportado para os sonhos da menina. A beleza do
espetáculo ganhou contornos especiais graças aos cenários montados pelo
brasiliense Andrey Hemuche, que caprichou na montagem de uma bela árvore de
Natal de nove metros, telas pintadas no estilo neoclássico e elementos que nos
remetem à cultura russa, onde se passa a história. Pontos também para o
trabalho do consagrado figurinista José Alfredo Beirão Filho.
A fidelidade de Gisele Santoro à partitura da música de
Tchaikovsky, e também a importância que a coreógrafa deu à interpretação dos
bailarinos, em sua maioria brasilienses e crianças, nos remete ao mundo mágico
do Natal – cheio de sonhos e fantasias. O público deixa o teatro feliz, encantado
com o amor da menina Clara pelo brinquedo, que ela ganha do padrinho e passa a
fazer parte de seus sonhos.
Esse é o verdadeiro espírito do Natal, que entusiasma
pessoas de todas as idades e tem-se perpetuado através dos tempos. Pouco
importa se o nascimento de Jesus ocorreu, de fato, no dia 25 de dezembro, dada
as confusões causadas pelas mudanças de calendários e pelos interesses da
Igreja Católica em ocupar espaço entre as festas pagãs, que ocorriam justamente
no solstício de Inverno. Importa mesmo é o espírito de congraçamento, de união,
amor e paz, emanados dessa festa tanto pelas tradições cristãs quanto pelas
não-cristãs, que foram se juntando ao espírito natalino com o passar dos
tempos.
Brasília, com seu Plano Piloto em forma de um avião, sua
arquitetura do mestre Oscar Niemeyer e o urbanismo do saudoso Lúcio Costa,
arborizada e cercada pelas águas do Lago Paranoá, lembra um grande presépio,
moderno, cintilante, mas cheios de desafios. O principal deles talvez seja o de
superar as desigualdades que saltam aos olhos nas cidades que cercam o nosso
“presépio”.
O espírito natalino e as festas de final de ano, com
certeza, formam um bom momento para refletirmos sobre as coisas boas, as
conquistas alcançadas, mas também sobre o muito que ainda nos resta construir.
Esse espírito natalino às vezes funciona como um verdadeiro quebra-nozes a
romper a carcaça que nos separa de uma realidade mais próxima de um pesadelo do
que dos sonhos da menina Clara. A realidade é dura, mas os sonhos quebram
nozes.
Isso mesmo!!!Que o espírito de Natal perdure por todo o ano.
ResponderExcluirum abraço a todas e a todos,
Melissa