Como hoje é Dia de São Francisco e os
poetas têm afinidades com esse santo da Igreja Católica, resgatei essa poesia,
que estava guardada em um arquivo do computador, a espera de uma lapidação e de
uma razão para ser divulgada. A razão está posta, falta o esmerilho que
pretendo comprar pela Internet. Hoje é Dia de São Francisco de Assis e o mundo
se vê diante de uma tragédia inaceitável para o terceiro milênio da Era Cristã.
Dezenas de irmãos africanos morreram no Mar Mediterrâneo em busca de um lugar
ao sol, com direito a trabalho e comida. O papa Francisco tem razão: hoje é um dia de muita tristeza.
Aos poetas
José Carlos Camapum
Barroso
Somos poetas,
Maior ou
menor,
Não importa.
Neste mundo,
Tal dimensão
Não existe.
Subsiste
Apenas a dor
Alegria contida
E muito amor.
Sorriso franco
Fala mansa,
Olhar distante
E observador.
Poetas somos,
Como Drummond
Nos ensinou...
Ferro de
Ferreira,
Bandeira à
mão,
Pena nos
dedos,
João no
coração.
Somos poetas
Enquanto
durar:
Dor de
injustiça
Guerra pela
paz
Fome de comer
Sede de beber
Razão para
viver...
Poeta somos,
Seremos,
sempre,
Enquanto ser.
Do amigo e escritor Jean-Marie, sempre muito atento, recebi o seguinte comentário:
ResponderExcluir"Dia de São Francisco de Assis, que abandonou tudo para viver como pobre, neste mundo que têm bilhões que deixariam tudo do nada que tem para compartilhar a riqueza dos outros.
Fica a poesia para se permitir de sobreviver sem a dor deles? Ou para transformar o desespero em um sopro que canta ainda? São Francisco e discípulos sabem o que é a poesia da pobreza, os outros, os verdadeiros pobres, os que não escolheram, não sei. Precisa saber lapidar a alma para isto, precisa saber compartilhar. Sabemos? Fica a poesia para pelo menos participar. Fica a poesia da comiseração, aquela que permite não esquecer a fome dos outros. Fica a poesia para deixar saber que tem beleza ainda na miséria. François Villon, poeta francês da idade media, soube cantar as turpitudes com maestria, vivê-las, mas não nasceu pobre, assim é mais fácil se distanciar para observar e descrever. José Carlos, assim fica a sua poesia para chamar a atenção, é o que importa.
Jean-Marie"