Matheus, Ana Laura, Raquel, Ramiro e Jordano - em Ouro Preto, Minas
Ser criança é esbaldar-se no Paraíso,
ao contrário das mães que apenas padecem por lá. Ser criança é felicidade
infinita, sob o manto da certeza de que aquelas coisas boas que nos cercam são
eternas e estão neste mundo para nos servir. Temos uma criança dentro de nós e é
ela que mantém acesa a chama da alegria pela vida afora, mesmo depois que experimentamos
tantos dissabores.
Na verdade existem dois tipos de
criança – a infantil e a adulta. Esta costuma ganhar contornos claros e bem
definidos depois que temos filhos. Por meio deles, voltamos a vivenciar, a
sentir e até de certa forma usufruir da alegria própria das crianças. Se bem
que uma alegria diferente, cheia de responsabilidades, consciências e não me
toques. Aquela alegria profunda e infinita, nunca mais.
Na verdade não são os sonhos de
criança que morrem. As responsabilidades da vida adulta é que vão chegando,
tomando espaço e, de repente, predominam e sufocam aquela criatura doce, suave
e ingênua. Não conseguimos mais enxergar o mundo com os olhos da pureza.
Então, as crianças que vivem e
convivem diariamente com a fome, a guerra civil e a violência no próprio lar
não são felizes? Muito provavelmente não conseguem ser criança. Não lhes é dado
o direito de viver essa fase da existência humana por este mundo, que por si só
já é tão frágil e tão curta. A realidade se lhes apresenta de forma imperativa,
estreitando a janela por onde poderiam sonhar. E não sonham justamente numa
fase da vida em que eles, os sonhos, são naturais.
Como é triste ver a Infância cercada pela miséria, pelo abandono e pela violência. Mais triste ainda
perceber que toda a “evolução” da humanidade, com seu desenvolvimento
tecnológico e sua comunicação em tempo real, não extingue essa realidade; na
verdade, não consegue sequer amenizá-la.
Estamos em pleno século 21, no
terceiro milênio da Era Cristã. Como aceitar e conviver com a fome dos
africanos? Pais e mães que fogem em busca de trabalho e comida, levando e
sujeitando a todas as intempéries justamente seus filhos – crianças que
deveriam estar distantes dessa triste realidade. Como absorver a violência da
guerra civil na Síria, com uso de armas químicas, que, quando não matam,
destroem os sonhos de milhares de crianças?
Este Dia da Criança deveria ser um
marco para encontrarmos uma maneira de ver o mundo com outros olhos. Para
buscarmos um estilo de vida diferente, um desenvolvimento mais social, um mundo
melhor.
Não custa sonhar. Não é nenhum crime
ver o mundo pelas janelas por onde as crianças espalham seus sonhos. Não falta
quem queira fechá-las.
Eu prefiro abri-las para que entrem
todos os insetos.
Ser criança
José Carlos Camapum Barroso
Há em mim uma criança
Que teima em existir,
Encher de esperança
Um coração tão frágil...
Quer abrir meus olhos
Quando estão fechados
Por anos e anos a servir.
Erguer minha cabeça
Abaixada pelo tempo
Virada pelo vento
Tempestade do existir.
Quer a mente cheia
De sonhos e ilusões
Distante das tensões
Em paz com o porvir.
Tem uma voz suave,
Sussurra no ouvido
E então me acalma.
Uma criança rebelde,
Assim, é a própria paz,
Resgata minha alma
Traz de volta sonhos...
Tudo o que perdi.
Zé. Amei. Que sejamos crianças eternamente. Abraços. Marina
ResponderExcluirValeu, Marina. Precisamos ser crianças para sempre. Esse deveria ser nosso ideal de vida. Abraços também e o obrigado pela sua participação no blog.
ExcluirAmo esta foto.
ResponderExcluirTambém amo essa foto. São as crianças, todas as cinco, olhando firmemente para a frente, como se buscassem algo no futuro. A foto é o presente e, ao fundo, um passado histórico e profundo que é Ouro Preto.
ExcluirMuito bom, mesmo, o texto, em forma e em conteúdo. Essa foto é preciosa e retrata um momento de deslumbramento em nossa vida de pais, em circuito histórico por Minas, com os nossos filhos...Uma viagem inesquecível!
ResponderExcluirMestre Itaney, como disse na resposta ao comentário acima: amo essa foto. Obrigado por mais essa participação, sempre elegante e carinhosa, aqui no blog.
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