A humanidade está triste, mais pobre. Assustada, mesmo. Embora fosse previsível e esperada a morte de Nelson Mandela, o Madiba, o Pimpinela Negro, porque seu estado de saúde era precário desde junho deste ano, quando foi internado vítima de infecção pulmonar. Morreu, ontem, aos 95 anos de idade, dos quais 27 anos foram passados na cadeia, vítima do ódio do Apartheid, o sistema que combatia.
O mundo parou ao ser anunciada a morte
de Madiba. Parou para reverenciá-lo porque sabe o valor da sua luta para a
humanidade. E não apenas pelo valor do seu espírito combativo, mas também, e
principalmente, pela grandeza ao conciliar a nação sul-africana, quando tinha
todo o direito e poder suficientes para julgar e condenar seus adversários,
inimigos, todos aqueles responsáveis por um dos regimes mais cruéis da história
do continente africano.
Com a memória de Mandela preservada, irretocável
pelo valor dos seus atos, palavras e pensamentos, a humanidade tem a garantia
de que ele continuará vivo. Daqui a cem anos, seu nome será lembrado,
reverenciado como se ainda estivesse vivo, pela força de seus exemplos.
Enquanto isso, seus detratores, seus carrascos, muitos deles já estão mortos,
mesmo ainda vivos.
Mandela é o exemplo de que o sonho não
acabou, nem acabará. É a confirmação de que o “fim da história” é apenas jogo
de palavra. De que a humildade é uma das ferramentas mais eficazes na luta pelo
bem comum. Desde Jesus Cristo, a humanidade tem alguns exemplos de Conquistas alcançadas
graças a essa ferramenta tão rara, pouco disponível no coração dos homens.
Mandela entra para essa galeria de nomes a serem preservados pela própria razão
da sua existência.
As pedras quebradas por Mandela,
durante 27 anos de prisão, hoje são alicerce desse sonho imenso, profundo e
eterno. Ele soube juntá-las, organizá-las, de forma precisa e pacientemente. Sonho eterno, como Mandela, Madiba ou Pimpinela Negro.
Um dos maiores prazeres desse gênio da humanidade era ver o por do sol sul-africano ao som de Handel e Tchaikovscky. Então, façamos o seu desejo, certos de que ouviremos essas duas obras primas como se um novo sol estivesse nascendo no horizonte.
Viva Mandela, sempre vivo!
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