A cidade de São Paulo faz hoje 466 anos. Mais de 300 atividades
comemorativas estão acontecendo nas ruas, praças, teatros, auditórios e cinemas
das cinco grandes regiões dessa imensa capital. Sou um apaixonado pela grandeza
e pelas tradições que sempre embalaram a cidade. Peço licença às leitoras e
leitores do Blog para reproduzir, atualizado, um texto publicado há seis anos.
Retrata muito bem o que penso e sinto sobre São Paulo.
"Alguém aí sabe me dizer se o Som Paulo caipira
ainda existe? Aquele Som Paulo – dos
tempos de Alvarenga e Ranchinho, Raul Torres, Zé Fortuna, Nhô Bento, Barreto,
Tonico e Tinoco e tantos outros que fizeram estrada na música verdadeiramente
sertaneja – ainda existe? Faço essa pergunta pelo fato de o São Paulo de agora
fazer hoje 466 anos e ter se transformado num verdadeiro país dentro do Brasil.
Tem um mundo dentro de si e carrega, como consequência, problemas que são
inimagináveis para essa cabecinha, aqui, lá do interior goiano...
São
Paulo tem quase a idade do descobrimento do Brasil e sua história se confunde
com a do país. A cidade tem tudo no âmbito da indústria, comércio, diversão,
artes e cultura. Os problemas também são muitos e com a dimensão de uma
megalópole. Mas, seus atrativos são grandiosos e nos deixam entusiasmados.
Estar em
São Paulo é se sentir amplo, realizado. As possibilidades são tantas que nos
consideramos parte delas. Nossos sonhos crescem junto com a dimensão da cidade
e tudo o que ela nos oferece.
Senti isso de forma mais relevante quando conheci a Vila Madalena
e suas opções de boemia tão tradicionais e admiradas. A começar pelos nomes
poéticos das ruas: Paulistânia, Harmonia, Purpurina, Girassol, Original, entre
outros. De repente, você se encontra na esquina da Harmonia com a Purpurina.
Nomes que foram sugeridos por estudantes anarquistas que frequentavam o bairro.
Mas, não
tenho visto ser ostentado por aí, com grandeza e orgulho, a cultura caipira,
que Som Paulo
fez nascer e cultivou por tantos anos. Existem, sim, sertanejos oportunistas
como esse tal de Daniel, que fez dupla com João Paulo, e outros do mesmo nível,
de uma pobreza artística impressionante. Quem desbravou o universo caipira foi
o paulista Cornélio Pires, que, se ainda estivesse vivo, não permitiria esse
vácuo na cultura secular de São Paulo. Tudo isso está muito claro nos belos
versos de Nhô Bento, resgatados por Rolando Boldrin, como abertura da música
Paulistinha, composição de Barreto, que reproduzo no vídeo abaixo.
São Paulo continua aí a desafiar qualquer raciocínio lógico,
abrigando gente de todas as partes do país e do mundo. Caetano Veloso teve uma
sensibilidade extraordinária ao compor Sampa, que fala
da beleza impressionante e assustadora da cidade, de sua Rita Lee e de tantas
outras realidades.
Viva São
Paulo e Som
Paulo! O de agora e o de sempre! Dos tempos dos caipiras até os dias de hoje,
passando por Paulo Vanzolini, Adoniran Barbosa e tantos outros de saudosa
memória! A cidade é rica culturalmente e não apenas financeiramente."
OLá amigo José Carlos, que alegria receber a sua visita no letra e fel! Olha, eu vou, mas eu volto!!!! (risos)...
ResponderExcluirParabéns pelo post sobre São Paulo, foi uma delicia escutar a fala caipira e rememorar (via imaginação) essa São Paulo que ainda não tinha sofrido tanto com a despersonalização da vida moderna... Mas, a cidade continua linda, rica e em movimento... Abraços dessa poeta capixaba... RB
Obrigado, amiga Renata. Suas passagens pelo blog sempre nos enchem de alegria.
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