Minha sogra Odessa de
Freitas tinha uma frase lapidar sobre café. Quando eu me encontrava na cozinha,
terminando de fazer um cafezinho, ela chegava mansamente e dizia: “Cheiro de
café a gente escuta longe...”. Nem precisa dizer mais nada
sobre o aspecto do aroma produzido por esse produto. Quem aprecia essa
bebida sabe o tanto que é excitante quando seu cheiro chega ao nosso olfato.
No Dia
Internacional do Café, comemorado hoje, é bom relembrar que o cafezinho já foi
condenado por ser uma bebida prejudicial à saúde, durante muitos anos. Depois
descobriram que não era bem assim... até virou moda dizer que, muito ao
contrário, ela nos faz bem, evitando-se o excesso, claro.
É uma das poucas paixões
nacionais que conseguem disputar com o futebol.
Tenho verdadeiro fascínio
pelo café, embora procure tomar de forma regrada por recomendações médicas – é
sempre assim, eles só nos proíbem ou limitam a apreciação das coisas prazerosas.
Minha admiração pelo café,
assim como pelo rádio, vem dos tempos de criança, quando ficava a ouvir
programas musicais no aparelho localizado e sintonizado na cozinha. Além
do aroma das comidas, escutava-se por lá o cheiro bom de um cafezinho preparado
no fogão de lenha.
Para comemorar essa data, seguem dois poemas e uma música. O ideal é que, enquanto leiam e escutem a melodia, os amigos do blog tenham ao lado uma xícara de café, feito na hora, com amor e carinho. O prazer será dobrado, com certeza.
Primeiro café
Matheus Carvalho
Precisa ler, precisa
virar página, superar,
esquecer essa
mulher.
Segundo café.
Não pode ler, tenta
ouvir música, abafar
coração e falta
de fé.
Terceiro café.
Volta a rotina, trabalho
em dois turnos, estudo
de noite, o que mais se
quiser.
Quarto café.
Evita o rumor de
não mais poder ser
o que você
é.
virar página, superar,
esquecer essa
mulher.
Segundo café.
Não pode ler, tenta
ouvir música, abafar
coração e falta
de fé.
Terceiro café.
Volta a rotina, trabalho
em dois turnos, estudo
de noite, o que mais se
quiser.
Quarto café.
Evita o rumor de
não mais poder ser
o que você
é.
Simplesmente
café
José Carlos Camapum Barroso
José Carlos Camapum Barroso
Café bebida boa
Que não se
cheira apenas,
Escuta-se de
longe...
Café bom bebe-se,
Cheira-se como
vinho.
Café com leite,
Mistura de raças
E aliança
política.
Café e rádio...
Café e rapé...
Rosário de café!
Simplesmente...
Café.
Café filho e pai
De gerações e
ilusões.
Café planta,
Plantação
Que encanta.
Torrado e moído,
No vácuo,
Em cápsula que
excita.
Café afrodisíaco.
Café e conversa,
Em prosa e
versos.
Com chocolate,
Um bate papo
cremoso...
Simplesmente
café.
Eternamente, café.
Eternamente, café.
Adorei! Café é bom com tudo. Café com arte, café com leitura, café com amigos, café para não dormir, pra aquecer, pra dá aquela "pilha" pra viver... amei seu poema! Parabéns e tenha um bom café!....
ResponderExcluirPois é, Cida. Sou de fato um apaixonado por café, música, poesia e tudo que orbita o universo da nossa cultura. Obrigado pela sua participação.
ExcluirMais uma vez... D. Odessa tá certa. O cheiro do café, e igual a musica do Roberto, alô... Entra rasgando a madrugada, enlouquecer! E o cheiro do café!
ResponderExcluir