Pesadelo
José Carlos Camapum Barroso
Medo
da dor que arranca da garganta
Da
criança gemidos oprimidos pela fome.
Tira
das entranhas suspiros abafados
Pelos braços
da mãe, por lágrimas contidas, em lábios ressecados...
Por um
olhar distante, perdido no infinito de infinita bondade...
Medo
de ser o ser que o nada consome
Antes
mesmo de haver o tempo dos homens.
Medo
de vagar pela escuridão dos dias que sucedem às noites.
Mergulhar
no obscuro tempo do racionalismo que envolve a paixão.
Ah...
o pesadelo dos tempos de repressão...
Dormir
embalado pelo repicar dos tambores,
Acordar
agasalhado pelos braços da opressão:
Aurora sufocada de um novo dia.
Medo
de tudo que não acaba em poesia.
Lindo demais meu irmão.
ResponderExcluirOlá Zé, você me embalou agora nos versos do mestre Drummond. Me conceda um pedido e publique "A Flor e a Náusea", uma das poesias mais apropriadas do nosso poeta para os momentos atuais. Grande abraço!
ResponderExcluirValeu, José, este é mesmo um tempo de reflexão, de receio, de medo da escuridão, que ameaça retornar, após um frágil período de peito aberto e de risos matinais...
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