sexta-feira, 15 de julho de 2016

Navio reaparece e traz de volta o mito das Bermudas




Também não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem. 
Os mistérios fazem parte da nossa existência. Não teríamos evoluído se não fossem as dúvidas e incertezas que povoam nossas mentes desde os tempos das cavernas. E povoam não apenas no âmbito da literatura e dos seus realismos fantásticos, surrealismos etc., mas também no plano de fatos que surgem no noticiário do nosso dia-a-dia. Exemplo instigante, nesse sentido, é a notícia veiculada dando conta que o navio SS Cotopaxi, desaparecido desde 1º de dezembro de 1925, reapareceu flutuante e serelepe em plenas águas cubanas, no último dia 16 de maio.
Mesmo que se deixe de lado a mística de que tenha desaparecido, sem deixar qualquer sinal, há quase um século, no lendário Triângulo das Bermudas – Miami, Porto Rico e Bermuda –, sobressai, sim, por si só, o fato de ter reaparecido flutuando, sem tripulação e ainda sem qualquer vestígio, mínimo que seja, das razões do seu “desaparecimento”.

Diário de Bordo do navio desaparecido há 90 anos
O navio, de médio porte, ressurgiu das trevas, mas sua tripulação, não. O Diário de Bordo do capitão WJ Meyer estava lá, autêntico, com anotações que param exatamente no dia 1º de dezembro, quando foi dado como desaparecido, depois de ter saído do porto de Charleston, Carolina do Sul, nos Estados Unidos, no dia 29 de novembro, carregado de carvão, com destino a Havana.
Fico a imaginar esse navio à deriva – atravessando décadas, a Segunda Grande Guerra Mundial, a era dos navios nucleares e dos radares e sonares de alta tecnologia, dos satélites de alta precisão, tempestades, ciclones e furacões, até chegar aos tempos dos computadores ultramodernos e da aviação supersônica – sem nunca ter sido visto, importunado ou registrado de alguma forma.


Isso é literatura pura, fantástica, surreal. Me fez recordar leituras como a de Cem Anos de Solidão, Vento do Amanhecer em Macambira, os poemas de Murilo Mendes e outros. Viajar por esse mundo da fantasia, do maravilhoso, é sinônimo de vida - é o pulsar da nossa alma.
Se um simples triângulo das Bermudas faz esse alvoroço nas nossas mentes, imaginem, então, aquilo que aparece ou desaparece na imensidão do Universo, com seus buracos negros, estrelas novas e cintilantes, desde o Big Bang...
Ainda bem que hoje é sexta-feira.


O Utopista
Murilo Mendes

Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.


3 comentários:

  1. Boa tarde companheiro! verifiquei essa notícia do navio e constatei que foi uma brincadeira de um jornal humorístico britânico que acabou viralizando na internet. veja o link: http://www.e-farsas.com/o-navio-ss-cotopaxi-reapareceu-no-triangulo-das-bermudas.html

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  2. E o Jorge Mautner se deliciando-cantando-tocando o Maracatu atômico aqueceu meu dia. Obrigado!
    Realmente: no meio da couve-flor tem a flor, que além de ser uma flor tem sabor...

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