Um alimento
sagrado, essencial, saboroso e antigo. Esse é o pão nosso de cada dia há mais de 6 mil anos, quando os
egípcios descobriram a fermentação do trigo. Era, então, considerado um
alimento básico e um símbolo de poder. Aqueles preparados com trigo de
qualidade superior eram destinados apenas aos ricos. Os egípcios se dedicavam
tanto que se tornaram conhecidos como “comedores de pão”.
O
historiador e especialista sobre esse produto, Augusto Cezar de Almeida, lembra
quão importante é o pão para a humanidade e conta os detalhes da sua origem. “Desde
os primórdios, os grãos eram consumidos de forma bruta, comidos crus”, revela. Acrescenta
uma versão curiosa, sustentada por vários historiadores, de que “por acidente,
os pães – que eram formados numa pasta mascada na boca, pasta essa feita de
mingau – caíram em cima de uma pedra quente, em uma fogueira e, a partir dali,
gerou-se uma massa assada”.
O produto chegou ao Brasil por meio
dos portugueses. O primeiro documento que narra um brasileiro consumindo pão
foi a carta de Pero Vaz de Caminha. Os índios não deram muito valor ao produto.
Provavelmente por que não estavam acostumados. Os produtos que consumiam aqui
eram derivados da mandioca e típicos da região.
Os pães que foram provados pelos
índios estavam armazenados em navios há vários dias. Eram muito rústicos e provavelmente, duros
também. “Por isso não deve ter sido muito fácil aceitar”, diz Almeida.
Eu sou do tempo em que as famílias
recebiam, de madrugada, o pão nosso de cada dia em casa. O morador deixava
pendurado na porta, ou no portão, uma sacola de pano. O padeiro passava e
deixava o pão quentinho, fresquinho e cheiroso. Mais saboroso, impossível.
De vez em
quando não resistíamos à tentação e tomávamos emprestado alguns desses produtos.
Principalmente quando acordávamos bem cedo para nossas aulas de educação física.
Depois, era só confessar ao padre, fazer a penitência devida e ficava
tudo bem. Não era pecado mortal.
Na
adolescência, na pequena Uruaçu, de muitas noitadas e serestas, cultivávamos o
hábito de fechar a noite passando por uma padaria (na realidade, uma casa ou um
local de fazer pães, que depois eram distribuídos pelas residências, bares e
restaurantes). Pegávamos aquele pão quentinho e lambrecávamo-no de manteiga,
que derretia... Huuuuum, que delícia! Bom demais da conta!
Hoje, dia 16 de outubro, é comemorado o Dia Mundial do Pão. A
data foi instituída pela International Union of Bakers-Confectioners (UIB),
há doze anos, com o objetivo de homenagear o alimento.
O pão é saboroso e combina com diversos tipos de comida. Não acredito em café
da manhã sem pão. Pode ter tudo, frutas, cereais, salsichas, bacon, sucos,
leite, café, mas se não tiver pão, de preferência quentinho, não é café da
manhã.
Saudemos o
pão e toda a cultura que existe em torno desse produto tão especial.
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