Minha
mãe disse “como é assustador ter um filho com 70 anos de idade”! Retruquei, na
hora: "não é tanto assim, não, mãe... a senhora vai dizer a mesma coisa quando
eu fizer 100 anos". Então, é melhor deixar o dito pelo não dito...
E
isso foi dito por que, no sábado passado (27/7), ela presenteou-me com um belo
violão Yamaha, custeado pelos irmãos, e muito bem escolhido pela sobrinha
Tatiana Barroso. Presente pelo 9 de julho, data em que entrei para o time dos
setentões.
Peguei
o violão, botei de baixo do braço, e pensei com meus botões: agora, lascou; vou
ter que aprender a tocar esse instrumento. Lembrei de Kubitschek – apelido do
querido amigo Manoel Fernandes Teixeira – exímio tocador de violão, filho do
mestre Plínio, que foi o melhor cavaquinho do estado de Goiás, mas, também, um
excelente violonista. Cheguei aos tempos atuais, lembrando que esses dois
artistas do mundo da música nos deixaram o Rômulo – irmão do Check e filho do
Plínio – que está, até hoje, dedilhando o instrumento na nossa querida Uruaçu,
e preservando a cultura musical da região.
Lembrei-me,
claro, dos amigos Iliomar Campos e Jorge Fernandes, dois parceiros de tantos
anos, meses, dias, noites e madrugadas de tantas aventuras e venturas em busca
da felicidade maior que só o mundo da música nos proporciona. Dois grandes
violonistas, cada um no seu estilo e modo de tocar próprios: um mais próximo do
ritmo, outro mais chegado à beleza da melodia.
Pensei
também no amigo Hamilton Almeida, jornalista, colega de trabalho no Jornal de
Brasília, durante anos, e que nos deixou muito mais cedo do que o combinado.
Com ele, saíamos, após o fechamento do jornal, pra relaxar, divertir, tomar uma
bem gelada e, vez em quando, quase sempre, tocar um violão e cantar belas
músicas, por que, afinal de contas, ninguém é de ferro...
Claro,
como não podia ser diferente, lembrei de Nélio Bastos, que não toca um acorde
no violão, mas, tira todos os tons e faz todos os sons de forma maravilhosa com
a voz. Aí, lascou mesmo... Ao lembrar do Nélio, pensei com meus botões: vou ter
que tocar e cantar ao mesmo tempo!?! Fui.
Segui
com o violão debaixo do braço e imaginei... em qualquer esquina eu paro, em
qualquer butiquim, eu entro, e se houver motivo... Desviei o caminho,
carregando o peso do pinho, a memória forte e grandiosa dessa gente toda,
entrei resoluto numa escola de música e me matriculei.
Agora,
seja o que Deus quiser. Se nada for adiante, ou tudo ficar como dantes, tenho
uma lista enorme de elementos para colocar a responsabilidade e ajustar a desculpa.
A culpa nunca será do tocador, muito menos do aprendiz. Bem menos ainda será do
professor. Ou, menos ainda do instrumento.
Afinal,
a violão dado não se olha as cordas, se são de aço ou de nylon. É só uma questão
de afinação. Encontrar o tempo certo e o compasso adequado.
Ademã que eu vou em frente!
Parabéns! A escola vai ser ótimo pra vc
ResponderExcluirObrigado, pelo incentivo e a participação aqui no blog. Abraço
ExcluirGrande Zé. Estamos morrendo de saudades de tudo isso que você descreveu com sua verve/poesia tão especial. Voce será um craque do violão como já é das palavras. Nesse momento estou ouvindo Tony Bennett e Lady Gaga cantando Do I love you e lembrando com um amor imenso sobre tudo que voce descreveu
ResponderExcluir(So faltou citar a Dalva)
Um beijo da Te e do Jorge
Muita saudade, também, parceiro. Verdade, Dalvinha, sempre presente. E o saudoso Rubão... quanta falta faz. Muitos outros... essas memórias dão um livro. Na abertura das Olimpíadas, comentei como é belo o canto da Lady Gaga. Tony Bennett, genial. Abraço carinhoso.
ResponderExcluirZé Carlos, não desista, olha eu, tenho um pandeiro, um violão, uma gaita, um teclado, uma flauta boliviana e por fim comprei um violino, tenho fé em Deus que vou aprender pelo menos um. Ainda não desisti. Com a mãe que tive, conto que dos seus dons musicais, tenho herdado algo, nem que seja uma vontade passiva de tocar.
ResponderExcluirGostei de suas palavras, são palavras misturadas com poesias.
Um grande abraço primo, um abraço apertado em tia Iracema.😘
Obrigado, primo. Pena que o blog não registrou seu nome. Estou aqui matutando para reconhecer. A música é tudo nessa vida. Abraço forte.
ExcluirDescobri que o comentário é da querida prima Solange Camapum, filha de tia Zizi, musicista e professora de muito talento (in memoriam). Ela me disse que esta se aposentando e vai aprender pelo menos um dos instrumentos que tem em casa. Com certeza, prima, vocês têm dom para música. Vai aprender, sim. Beijos no coração.
ExcluirBom domingo, por favor , só querida Uruaçu!!! É a grande e queridissima Uruaçu.
ResponderExcluirCom certeza! Assino embaixo. Abraço e obrigado.
ExcluirQue beleza de crônica, o violão rendeu a fala de bons amigos, e belas lembrancas da querida Uruaçu, quanta saudade temos do que vivemos lá. Sua irmã mais velha.
ResponderExcluirObrigado, Jurinha. Você não é a minha irmã mais velha, mas, sim, uma das irmãs mais novas. Beijos no coração.
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