Já disse mais de uma
vez aqui neste blog, mas não me canso de repetir: a música popular brasileira é
muito rica. Por isso mesmo, está sempre a nos provocar agradáveis surpresas. A
maior delas, neste ano que mal começou e já vai bem adiantado, talvez seja o
lançamento do novo CD de Maria Bethânia – essa genial intérprete da nossa
música (para ler mais clique aqui).O disco de Bethânia é
maravilhoso, com a direção geral dela e do baixista José Helder extremamente
cuidadosa, rica nos detalhes e cheia de surpresas. A começar pela feliz ideia
de deixar que cada música tivesse um diretor de criação e arranjador
específico. Bethânia e Helder ficaram por conta da criação geral que dá unidade
e vida própria ao CD.
Nesse quesito,
destacam-se as criações dadas por Hamilton de Holanda em Lágrima de Cândido das Neves, por Lenine no Velho Francisco de Chico Buarque, por Djavan para a sua canção Vive, por André Mehmari no genial Salmo de Rafael Rabelo e Paulo Cesar
Pinheiro e por Jaime Alem na belíssima composição Fado, de Roque Ferreira.
Essa é outra surpresa
agradabilíssima, não apenas nesse Oásis
fértil de Maria Bethânia, mas principalmente na MPB que julgamos conhecer muito
e que, na realidade, ainda temos mais a conhecer. Roque Ferreira (foto ao lado) participa do
disco com três canções: Fado, Casablanca e Barulho. Sou obrigado a confessar
que conhecia muito pouco da história musical desse artista, a não ser pelo fato
de ter feito parcerias com outros compositores, principalmente com Paulo Cesar
Pinheiro.
Na verdade, Roque
Ferreira é um grande compositor de sambas da Bahia, que já gravou dois discos
cantando suas próprias músicas, mas que não foram divulgados por terem sido
confiados a gravadoras de pequeno porte. Os meios de comunicação no Brasil,
infelizmente, só dão espaço para quem entrega seus trabalhos às grandes
gravadoras e aceita “esquemas” de distribuição.
Quem gosta de música e
sabe o valor da nossa MPB, tem obrigação de ouvir e apreciar esse novo
trabalho de Bethânia e também de conhecer um pouco mais sobre a obra de Roque
Ferreira, que nasceu no ano de 1947 e é compositor desde os 14 anos de idade.
Publicitário, durante 20 anos, largou a profissão para viver exclusivamente da
música.
Eu já estou fazendo a
minha parte. Descobri coisas interessantes, e uma delas compartilho com os
leitores do blog, logo após a interpretação que Maria Bethânia deu ao Fado de Roque Ferreira. Trata-se da
música Luz de Candeeiro, na voz do
próprio Roque e gravada no disco Tem
Samba no Mar, pelo Selo Quelé. Esta música lembra os sambas ponteados dos
compositores Donga e João da Baiana – lá dos primórdios do samba bem
brasileiro.
Depois disso, dá para
terminar o domingo em paz e aguarda a segunda-feira serenamente.
Zezão, sobre Roque Ferreira, ouça o disco Quando o Canto é Reza, de Renata Sá, todo dedicado a ele. Uma espécie de songbook caprichadíssimo.
ResponderExcluirROQUE FERREIRA É UM TALENTO INIGUALAVEL QUE MUSICA LINDA!!!! - TOM MEYJOR DESIGN - www.canalclik.com - tommeyjor@gmail.com
ResponderExcluir