segunda-feira, 23 de abril de 2012

Dia de São Jorge, Pixinguinha e do chorinho brasileiro


Hoje é Dia Nacional do Choro. Esta data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Pixinguinha, esse gênio da música brasileira (para ler sobre ele clique aqui e também aqui), que nasceu no dia 23 de abril de 1987. A escolha não poderia ser mais justa e caiu no gosto popular por todo o Brasil afora. Hoje as comemorações pelo nascimento de Pixinguinha e em homenagem ao choro ocorrem de Norte a Sul e de Leste a Oeste deste Brasil imensamente musical.
No Rio de Janeiro, berço e propagador do choro, as comemorações juntam-se ao feriado estadual pelo Dia de São Jorge (Para saber mais leia este texto). Só na orla marítima são realizados concertos e apresentações com diferentes formas de interpretação do choro. Os botecos – principalmente, os da Lapa – e também as casas de shows trazem sempre surpresas agradáveis.

Em Minas – terra de Abel Ferreira, um dos grandes chorões nacionais – o grupo Choro de Minas, apresenta recriações de clássicos de Pixinguinha, mostrando a proximidade do chorinho com a música erudita. Em Pernambuco, o local escolhido: uma casa de música erudita: o Conservatório Pernambucano de Música (CPM). A diferença é que, no Recife, as homenagens começam dois dias antes e só terminam na data da celebração. O homenageado é Bila do Cavaco, que fez parte do Conjunto Pernambucano de Choro e morreu mais cedo do que o combinado, além do maestro Moacir Santos, também já falecido.
No Maranhão, em São Luís, com músicas de vários compositores, os chorões da ilha vão homenageam Biné do Banjo, um dos mestres da música maranhense. Ali pertinho, no Pará, um grupo de mulheres aderiu ao choro, que agora já disputa espaços com outras músicas que fazem sucesso na região, como o Calypso, o Carimbó e o Chimbinho.
No Rio Grande do Sul, terra das milongas e outras tradições, o chorinho tem apresentação garantida em três cidades: Porto Alegre, Lajeado e Caxias do Sul. O grupo que se apresenta é de Novo Hamburgo: Grupo Choro Livre, que vai fazer uma cronologia do choro: 140 anos de história.
Os espetáculos acontecem também em São Paulo, que tem o Dia Estadual do Choro, em Santos, Fortaleza, Curitiba, Juiz de Fora, Uberlândia, Uberaba, São José dos Campos – só pra citar algumas. O Brasil inteiro chora hoje sob a batuta de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Raphael Rabelo e tantos outros que nos deixara. Claro, com as bênçãos de São Jorge. Mas chora de alegria por termos criado esse gênero musical tão brasileiro e tão maravilhoso. O choro é a nossa alma.
José Ramos Tinhorão disse que o termo choro resultaria dos sons plangentes, graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas que os cavaquinistas lhes transmitiam.
Seguem abaixo dois vídeos. No primeiro, a interpretação primorosa de Jacob do Bandolim para Lamento, de Pixinguinha. Na sequência, Abel Ferreira e seu conjunto interpretam Chorando Baixinho, composição dele mesmo.




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