quarta-feira, 9 de maio de 2012

Noite de lua cheia, bandolim e lágrimas de Cândido das Neves

Foto de Sérgio Lima/Folhapress
No post anterior, dedicado às modinhas goianas, valsas e à apresentação que Eduardo Rangel fará nesta quinta (10.05) no Feitiço Mineiro, eu arrisquei dizer que esta seria uma semana voltada para a nostalgia, o mundo das serestas e do romantismo. Não havia pensado, naquele momento, que esta é uma semana de Lua Cheia, a inspirar os poetas, pintores e fotógrafos. O fotógrafo Sérgio Lima, da Folha de São Paulo, merece ser vangloriado por essa bela foto, no alto, de uma Lua Cheia, em Brasília, captada por trás do Memorial JK.
Quem também merece ser vangloriado e postado nessa semana do lado romântico da vida é o músico Hamilton de Holanda, pelo arranjo maravilhoso que criou para a canção Lágrima, do eternamente seresteiro Cândido das Neves. Essa é uma lágrima especial, que escorre pelo Oásis de Maria Bethânia, no disco mais bonito do ano, até agora.
A última noite desse ciclo de Lua Cheia vai acontecer justamente na sexta-feira, quando poderemos, em grande estilo, fechar a semana das reminiscências e nos prepararmos para comemorar o Dia das Mães, em outro mapa astral. Enquanto isso, vamos viajar com esse som maravilhoso do bandolim de Hamilton de Holanda, na voz impecável de Maria Bethânia para a canção Lágrima, do poeta e músico Cândido das Neves.
Outra Lua Cheia só no dia 4 de junho, com previsão de eclipse lunar parcial.



Lágrimas
Composição: Cândido das Neves
Voz: Maria Bethânia
Criação e Bandolim: Hamilton de Holanda

Ai, deixa-me chorar para suavizar
O que não sei dizer, mas sei sentir
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
E ao próprio coração querer mentir
Rir é quase iludir
É querer forçar o próprio coração a gargalhar
Quando ele está solitário na dor
A soluçar de amor
É mais sublime a lágrima que exprime as nossas emoções
Amenizando a alma cheia de ilusões
Do que sorrir para esconder a mágoa
Que o olhar não diz
Não há ninguém feliz
Quero fazer das lágrimas que choro
Estrelas a brilhar
Rosas de cristal
Do pranto emocional
Mas se ela voltar
Fulgente diadema então lhe ofertarei
Do pranto que chorei
Sim, quem nunca chorou
Certo nunca amou
Talvez nem alma tenha para sentir
Não me faz inveja este prazer
Eu gosto até de padecer
Chorar é a mágoa em pérolas diluir
Mas quem quiser amar
Certo há de chorar
Há de sentir morrer o coração
Porque o amor sendo belo falaz
Como os ais
Se desfaz em ilusão

2 comentários:

  1. Sobre a Lua, recebi o seguinte e-mail do amigo Nélio Bastos:
    "Interessante também é que no dia 05 de maio, pouco depois da meia noite, ocorreu o fenômeno Perigeu em que a lua esteve mais próxima da terra – 14% maior e 30% mais brilhante, numa cena incrível de se ver.
    Era a lua descendo do céu para flertar mais de perto com a terra. Por certo, enfeitiçando corações e nos levando a suplicar tal qual Chiquinha Gonzaga: “Ó lua branca de fulgor e de encanto, se é verdade que ao amor tu dás abrigo vem tirar dos olhos meus o pranto. Vem matar essa paixão que anda comigo”.

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    1. Bem lembrado, Nélio. O ano passado, no dia 19 de março, a Lua ficou o mais próximo possível da Terra. Também ocorreu num sábado. Eu escrevi sobre isso, confira:
      http://zecabarroso.blogspot.com.br/2011/03/amanha-e-dia-de-lua-cheia-grande-e-bem.html
      Grande abraço.

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