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Qual sua idade?
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Acabei de completar 58 anos.
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Casado. Por coincidência, estamos fazendo hoje 32 anos de casados.
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TRINTA E DOIS ANOS DE CASADOS?!?! – diz, entre assustado e incrédulo, o jovem
doutor, como se tivesse lendo resultado tenebroso de um exame de laboratório.
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E tem mais, doutor...
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Mais...?
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A gente se ama até hoje. Como se fôssemos recém-casados...
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Bom, então, acho que o senhor procurou o médico errado. O senhor deveria ter
procurado um psiquiatra...
* * *
Se tal diálogo tivesse
acontecido comigo, o médico teria ouvido poucas e boas. No mínimo, iria ouvir
que quem precisa realmente de um psiquiatra seria o próprio. Ou teria lembrado
a ele, os versos de Vinícius de Moraes: “... que seja eterno enquanto dure”.
Melhor pensando, teria
pedido a ele que lesse o texto que escrevi, em 2011, sobre o passar dos anos em
um casamento. Esse mesmo texto, reproduzo abaixo com algumas atualizações, em função de termos chegado, este ano, às convidativas Bodas de Pinho. Melhor seria se o pinho, nesse caso, fosse sinônimo de violão.
PS - A Stela me lembrou que nos casamos no dia de Santana (26 de julho), e que é ela quem nos abençoa. Confesso que desse departamento, eu entendo muito pouco. Mas, lembro que Santana, como o próprio nome indica, era a protetora de minha avó Ana Alencar e padroeira de Uruaçu.
PS - A Stela me lembrou que nos casamos no dia de Santana (26 de julho), e que é ela quem nos abençoa. Confesso que desse departamento, eu entendo muito pouco. Mas, lembro que Santana, como o próprio nome indica, era a protetora de minha avó Ana Alencar e padroeira de Uruaçu.
O passar do tempo
José Carlos Camapum
Barroso
O amor, quando faz
Trinta e alguns anos,
Deixa a concha
De madrepérola,
Pois, ao sair do papel,
Em plena lua de mel,
Enrolou-se no algodão.
Em meio a buquê de flores,
Fez-se duro como madeira
Entrelaçada de amores...
O sabor do açúcar trouxe
O perfume da papoula,
Que passou pelo barro
E foi virar cerâmica
(Sem quebrar a louça).
Ah... Todos esses anos,
Quantos desenganos
A envergar o aço,
A desafiar o abraço,
A rasgar seda, cetim.
O linho trouxe a renda
E as bodas viraram marfim.
No resplandecer do cristal,
A turmalina cor de rosa
Desaguou na turquesa...
Ao amor e sua beleza,
Juntou-se a maioridade.
O que fazer agora, então?
A água-marinha já não
Banha a mesma porcelana?
Resiste a louça, coberta
Em palha, guardada
Em opala, que desperta
O brilho fino da prata...
Ah... Como passam os anos...
Novos e novos desenganos
Trazem um cheiro de erva
Ao amor balzaquiano...
Tudo agora é pérola!
E a força do Nácar ajudou
A passar trinta e um anos.
Como não ficar sozinho...?
Entre anos e desenganos,
Vieram as Bodas de Pinho.
E nós, em nosso ninho,
A aguardar indecisos:
O que serão Bodas de Crizo?
Aos trinta e três anos...
Melhor seria: Bodas de Cristo.
Parabéns, esse pinho é como o cerne da aroeira, não apodrece jamais...E veja que Santana é, mais que a avó de Jesus, padroeira de Uruaçu, padroeira de Goiás e primeiro nome da encantadora Vila Boa, nossa primeva capital...Mas o seu maior trunfo, por certo, é ser a padroeira do casal..abraços fraternais..Ah, agora o poema ficou melhor ainda..e pode äs vezes esquecer a rima, que é de menos....
ResponderExcluirQue lindo !!!!!! Nesse mundo de hoje, onde já não se namora, mas "fica" e "pega" um amor tão bonito e duradouro chega a ser sublime... Parabéns para você e sua "ESTRELA"
ResponderExcluirabraços,
Melissa
Zeca, que venha o crizo, a oliveira, a coral e as famosas de ouro e brilhante.
ResponderExcluirBem... você que é forte como um touro, podemos esperar a de jequitibá, rss.
Eu ainda estou na erva, nome sugestivo que não é minha praia, nas celebrações prefiro mesmo um vinhosinho, beijos e boa sorte com sua Stelinha,
Rener.
Perfeito seu texto... Os meus pais tmb comemoram 32 anos de casados no próximo dia 23/01/13 e são eternos namorados.
ResponderExcluirMuito Feliz!