quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dia do Escritor é homenagem à sensibilidade e ao talento


Escritor é quem escreve palavras certas pelos caminhos tortuosos da vida. É aquele que nos ensina a pensar, a observar o mundo e as coisas que nele acontecem, utilizando-se de palavras que nos dão uma visão crítica, humanista e social da vida. Palavras são palavras, nada mais que palavras, mas, muitas vezes, nos entristecem, outras vezes nos enchem de alegria, e até em alguns momentos nos confortam; mas, sempre, conscientizam e nos fazem evoluir.
O homem começou a usar a escrita depois da “revolução neolítica”, com a utilização da linguagem pictórica, correspondente aos desenhos ou pictogramas, que não estão associados a um som, mas à imagem que se quer representar. Houve também a fase da linguagem de ideogramas, que são os símbolos gráficos, como os sinais de trânsito da nossa época. A fase alfabética é a da utilização de símbolos (letras), que buscavam uma representação meramente fonográfica. Os especialistas alertam que não se pode seguir uma linha rigorosamente cronológica no desenrolar dessas três fases.


Depois de tantos anos usando a linguagem escrita, a humanidade produziu obras maravilhosas e fundamentais para o desenvolvimento das ciências e das artes. O conhecimento se propagou e se popularizou por meio dos livros, depois da invenção da imprensa por Gutenberg.
Em todo esse contexto, amiúde esquecemos que nem todos os homens dominam a linguagem escrita. Algumas pessoas de famílias de baixa renda mal conseguem assinar o nome, ou, no máximo, são capazes de listar algumas palavras e escrever bilhetes curtos.

“Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. 
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso. ”
(Fernando Pessoa)

O telefone, quando surgiu, diminuiu o interesse pela escrita. O hábito de escrever cartas foi substituído pelo bate-papo, fone a fone. As redes sociais, na Internet, voltaram a valorizar a linguagem escrita. Os escritores estão de volta, mesmo que com certo desprezo pelas regras gramaticais e valorização exagerada de abreviaturas e códigos pessoais e de grupos.
Impossível imaginar que alguém, depois de ler um clássico como Crime e Castigo, de Dostoiévscki, diga ao final: não gostei. Impensável. Assim como é impensável que alguém não consiga se deliciar com as obras de Machado de Assis e tantos outros escritores brasileiros, que hoje merecem ser homenageados.


“Escritor: não somente uma certa maneira
especial de ver as coisas, senão também
uma impossibilidade de as ver
de qualquer outra maneira.”
(Carlos Drummond de Andrade)

A humanidade deve muito àqueles que escrevem com engenho e arte, sejam seus romances, suas poesias, seus roteiros de cinema, peças teatrais, reportagens jornalísticas, editoriais, petições, sentenças, livros técnicos, cartas de amor, bilhetes, cartinhas, telegramas...
Não precisamos de muitas palavras para render nossas homenagens aos escritores. Basta uma palavrinha mágica: obrigado!

PS - O dia 25 de julho foi escolhido como o Dia Nacional do Escritor no ano de 1960, por decreto, logo após a realização do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado pela União dos Escritores Brasileiros, que à época era dirigida por João Peregrino Júnior (presidente) e Jorge Amado (vice-presidente).

4 comentários:

  1. Caro Zezão. Minimamente, nós, aqui do nosso canto, vamos cumprindo a nossa saga e colaborando para perpetuar esse dom de escrever. Escrivinhadores que somos, salve a escrita!!! Parabéns, amigo, pelos seus escritos de sempre.

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  2. Verdade, amigo, Maranhão. Vamos escrevinhando por aqui e dando a nossa modesta colaboração. Como já disse, este cantinho aqui deve muito da sua existência ao seu apoio e incentivo. Viva a escrita e um grande abraço.

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  3. Caros, Maranhão e Zezão. A rima foi quase inevitável! kkkkk. Quero registrar mais uma vez, aqui, a admiração que tenho pelos os dois amigos. Aprendi e aprendo sempre lendo os textos jornalísticos, poéticos,as letras de belas canções que ambos escrevem e aproveito para beber um pouco dessa fonte também.
    Dentre os poetas conteporrâneos que conheço, ambos, ocupam um lugar muito especial na minha leitura cotidiana. Abraço fraternal.

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  4. Grande Cláuber, figura impoluta e pai do João. Jornalista atento e muito observador. Sua carreira tem sido construída com muito trabalho e dedicação. Eu e o Maranhão somos testemunhas disso. Obrigado pelo acompanhamento e as sugestões que você já fez pro ZecaBlog. Abraço.

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