quarta-feira, 1 de maio de 2013

Êxodo urbano pode nos livrar do "sertanejo universitário"

Foto de Ronaldo Silva
Dia do Trabalhador é de luta, protesto, comemoração pelas conquistas e de luto pelos companheiros que tombaram lutando por novas conquistas. Mas também é um dia bom para observarmos algumas curiosidades neste mundo tão dinâmico, globalizado, cheio de voltas, reviravoltas e rebordosas. Em meio à crise que assola a Europa, com o desemprego batendo lá nas grimpas, jovens portugueses estão trocando a cidade pelo campo.
Tem cidadão português, de 29 anos de idade, largando curso de design gráfico, em Lisboa, para ir plantar e produzir kiwis e cogumelos em pedaços de terras da família. Recebem incentivos de programas estatais mantidos pela Comissão Europeia. É o caminho de volta para a natureza. É o êxodo urbano! Pode vir a ser solução para tantos problemas que se amontoaram pelas metrópoles.
Não são apenas engarrafamentos, poluição do ar e sonora, stress, sequestros relâmpagos, violência e tantas outras mazelas que passam a ter chance de serem revertidas. Tem uma delas que eu, muito particularmente, vou ficar rezando, de joelhos, para que aconteça: sertanejo universitário virar caipira com sotaque e moda de viola.


Já pensaram o que isso vai representar de ganho para nossa tão ameaçada e fragilizada cultura musical do terceiro milênio? Imaginem, por exemplo, nós sairmos de César Menotti & Fabiano pra voltarmos às raízes de Tião Carreiro e Pardinho; ou, então, de Jorge e Mateus para Mariano e Caçula; ou trocar Fernando e Sorocaba por Tonico e Tinoco – sem falar nos saudosos e incomparáveis Raul Torres e João Pacífico. Até já escrevi sobre essas nossas raízes culturais (para ler, clique aqui).
Aliás, essa dupla César Menotti & Fabiano, que, dizem, deu origem à excrescência que é o sertanejo universitário, promoveu show ontem em Brasília, atraindo um grande público jovem, bonito, bem vestido, inteligente...
Mas, se o êxodo urbano der certo em Portugal, reduzir as mazelas do desemprego e da violência nas grandes cidades, podemos até convidar nossos patrícios para nos dar umas dicas do que fazer com o sertanejo universitário, com o funk da periferia, a música baiana, o axé e outras mazelas culturais que nos assolam ultimamente.
Um bom Dia do Trabalhador para todos, com muita luta mas sem perder a ternura, jamais. E enquanto o êxodo urbano não se concretiza, vamos lembrar de João Pacífico, Adauto Santos, Tonico e Tinoco...




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