quinta-feira, 13 de março de 2014

Há dias em que só a poesia nos permite abrir novas janelas

 

Segredos do baú
José Carlos Camapum Barroso

 Meus amores são de prata
Tirados do fundo de um baú
De madeira envelhecida,
Enegrecida pelos anos.

No fundo do baú, uma foto,
Em branco e preto, revela
Segredos inconfessáveis
De uma memória frágil...
Rasga o tempo em véu
De nuvens passageiras.
Lembra que a luz do céu
São estrelas derradeiras.

O sol, quando amanhece
O dia, é luz que ofusca
Toda certeza do amanhã.

Há no baú um último selo
De uma coleção perdida.
Olho de boi arregalado,
Assustado pela ingratidão.

O tempo passa no baú,
Como passam os dias,
As noites, tempestades...
E até o badalar dos sinos
Passa, pela igrejinha,
Catedrais e seus vitrais...

Sob o peso da tampa,
Não nos cabemos mais...
Nossos sonhos, inflados,
Querem habitar o universo,
Espaço de uma luz divina
Que ilumina outros segredos...
 
 

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