Tenho
visto nas ações das áreas de saúde em todo o país, estados e municípios,
presença marcante de psicólogos nesse tempo de pandemia. Não apenas para
atender pacientes vítimas da Covid-19, como também para profissionais de saúde expostos
ao estresse causado pela doença.
Nesta
quinta-feira, comemora-se o Dia do Psicólogo. Essa data foi escolhida porque,
em 27 de agosto de 1962, o presidente João Goulart sancionou a Lei 4.119, que
dispõe sobre a profissão. O psicólogo é o profissional da área de saúde
responsável por estudar e orientar o comportamento humano, lidando com os
sentimentos, traumas e crise. Tudo a ver com o que sempre fez parte da existência
humana, destacando-se agora, em plena pandemia.
Nessa
profissão, tenho como referência duas pessoas. O psicanalista Ítalo Campos, poeta
e escritor, conterrâneo de Uruaçu, Goiás. Também o meu sobrinho Lucas Camapum
Rosa, Gestalt-terapeuta, residindo e trabalhando em sua cidade natal, Brasília,
e que também tem um viés poético e aptidões para a escrita.
Ítalo
Campos está na profissão há décadas, em Vitória (ES), com larga experiência
tanto de consultório, quanto no exercício de cargos na saúde pública. Lucas
está exercendo a profissão há menos de três anos. O que une os dois – e os traz
ao blog – é a poesia, mas, especificamente, a Palavra.
O
ofício do psicólogo, na definição de Ítalo Campos, está sintetizada nesse poema acima, por ele construído: a cura pela palavra, que pode salvar, mas pode
condenar ou adoecer.
Atualmente,
há cerca de 320 mil psicólogos no Brasil, distribuídos na prática clínica, na
educacional e na empresarial e Recursos Humanos. A todos esses profissionais,
faço minhas homenagens por meio de Ítalo e Lucas, de suas palavras e versos, e
da dedicação ao exercício pleno da Psicologia.
No
universo musical, resgato Tom Zé e sua Nave Maria para ajudar nessa homenagem
aos psicólogos. Um artigo de Tiago Sanches Nogueira, da Universidade de São Paulo
(USP), diz que essa canção de Tom Zé “surge como uma espécie de texto documental
que, ao conjugar letra e melodia, relata a experiência do nascimento como um
acontecimento traumático, trazendo à cena uma tentativa de narrativa daquilo
que nos é irrepresentável”. Na sequência, um vídeo em homenagem a esses profissionais.
Com
a Palavra, os psicólogos, nesse dia a eles dedicado, cercados de desafios e
conquistas por todos os lados.
O inconsciente
Lucas Rosa
Tempestade
ou brisa
Que
mal leva as folhas
É
a cabeça
Não
esqueça
Que
sopra as escolhas
Meu
intento? Paz,
Mas
meu vento...
Dentro
do meu ser
O
que ele faz?
É
mais, muito mais
Do
que sei dizer...
Chove
sem previsão
Neva,
venta, cai o mundo
Contudo,
então,
Abre
o sol
Sempre
assim em tudo
Meu
coração
Censuro
seu absurdo
Depois
que o perscruto
Sou
uno e não puno
Escuro
absoluto
Não
reina
Mas,
escuto
Um
bom quinhão
E
isso
Não
é em vão
Pois
do inconsciente
Ventam
os desejos
Nas
velas dos sonhos
Somos
os beijos
E
os demônios
Mas
não tema
Há
remos! Rema!
Há
velas!
Veleja,
sonhador!
Não
pode se afogar
Você
já é o mar
Vácuos,
vozes, amor
Ondas
de prazer e dor
Vêm
daqui desse lugar
Pode
apenas se perder
No
querer, no não-ter
Mas
nunca no amar
Belíssima abordagem sobre esses profissionais! A sua sensibilidade torna todos os temas aprazíveis e com o desejo de reve-los! Parabéns!
ResponderExcluirTanta coisa boa pra ler!!!gratidao!!!
ResponderExcluir