A compreensão é irmã gêmea da tolerância. Um dom pouco observado de uns tempos pra cá, principalmente por essas bandas em que a valorização é dada sobretudo aos intransigentes, àqueles cheios de ódio, incapazes de enxergar ou perceber que todos nós somos diferentes. A sociedade é formada por seres distintos, seja por aspectos estéticos, ou em relação aos ideias de vida, comportamento social.
Sempre
foi e assim sempre será. Então, sem essa capacidade de compreender as pessoas,
o que elas são, o que pensam e o que de fato almejam na vida, estaremos bem
próximos da barbárie. As diferenças são formadas por vários fatores, como faixa
etária, geração, cultura, religião, educação e tantos outros. Preconceitos e
conflitos precisam ser superados.
Os espíritas são bem mais razoáveis quando o tema é compreensão e tolerância. Têm uma visão mais amena das razões e origens dos conflitos em sociedade, sejam eles de razões étnicas, religiosas, sexuais ou socioeconômicas. Em sentido oposto, o fundamentalismo religioso tem atuado para que reine a intolerância e o ódio prevaleça.
A
questão que se coloca no Dia da Compreensão Mundial, neste 17 de setembro, é a
de como lidar com o enorme rol de diferenças, saber respeitar e entender os
sentimentos do próximo. Basicamente a campanha é voltada para que lideranças,
governantes e a sociedade de um modo geral alcancem o equilíbrio nos julgamentos
que fazem, respeitando e procurando entender os sentimentos alheios.
O Brasil vive um momento de carência plena da compreensão. Sementes da intolerância e da argumentação baseada no ódio começaram a ser lançadas nas eleições de 2018. A partir de 1º de janeiro do ano passado, ganharam corpo e “razões”, tendo como base uma corrente disseminadora de notícias falsas, tendenciosas e, na imensa maioria das vezes, reveladora de como as pessoas são hipócritas.
O
exemplo mais recente ocorreu na Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São
Paulo. O padre Júlio Lancelloti, coordenador da pastoral, foi vítimas de
xingamentos e ameaças justamente por fazer um trabalho de atendimento a
moradores de rua no centro da cidade.
A campanha de difamação começou pelo deputado estadual e pré-candidato a prefeito de São Paulo Artur do Val (Patriota), que postou vários vídeos nas redes sociais chamando o padre de “cafetão da miséria”.
Taí um exemplo clássico da falta de compreensão sobre diferenças, atitudes e opções de vida que compõem o cenário de uma sociedade tão complexa. O mais preocupante é que há um voz liderando todo esse cenário que, acima e além de tudo, quer armar os hipócritas...
Haja compreensão. Precisamos hoje e necessitaremos sempre.
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