quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A luz chega e nos ilumina onde há compreensão

A compreensão é irmã gêmea da tolerância. Um dom pouco observado de uns tempos pra cá, principalmente por essas bandas em que a valorização é dada sobretudo aos intransigentes, àqueles cheios de ódio, incapazes de enxergar ou perceber que todos nós somos diferentes. A sociedade é formada por seres distintos, seja por aspectos estéticos, ou em relação aos ideias de vida, comportamento social.

Sempre foi e assim sempre será. Então, sem essa capacidade de compreender as pessoas, o que elas são, o que pensam e o que de fato almejam na vida, estaremos bem próximos da barbárie. As diferenças são formadas por vários fatores, como faixa etária, geração, cultura, religião, educação e tantos outros. Preconceitos e conflitos precisam ser superados.


Os espíritas são bem mais razoáveis quando o tema é compreensão e tolerância. Têm uma visão mais amena das razões e origens dos conflitos em sociedade, sejam eles de razões étnicas, religiosas, sexuais ou socioeconômicas. Em sentido oposto, o fundamentalismo religioso tem atuado para que reine a intolerância e o ódio prevaleça.

A questão que se coloca no Dia da Compreensão Mundial, neste 17 de setembro, é a de como lidar com o enorme rol de diferenças, saber respeitar e entender os sentimentos do próximo. Basicamente a campanha é voltada para que lideranças, governantes e a sociedade de um modo geral alcancem o equilíbrio nos julgamentos que fazem, respeitando e procurando entender os sentimentos alheios.


O Brasil vive um momento de carência plena da compreensão. Sementes da intolerância e da argumentação baseada no ódio começaram a ser lançadas nas eleições de 2018. A partir de 1º de janeiro do ano passado, ganharam corpo e “razões”, tendo como base uma corrente disseminadora de notícias falsas, tendenciosas e, na imensa maioria das vezes, reveladora de como as pessoas são hipócritas.

O exemplo mais recente ocorreu na Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo. O padre Júlio Lancelloti, coordenador da pastoral, foi vítimas de xingamentos e ameaças justamente por fazer um trabalho de atendimento a moradores de rua no centro da cidade.


A campanha de difamação começou pelo deputado estadual e pré-candidato a prefeito de São Paulo Artur do Val (Patriota), que postou vários vídeos nas redes sociais chamando o padre de “cafetão da miséria”.

Taí um exemplo clássico da falta de compreensão sobre diferenças, atitudes e opções de vida que compõem o cenário de uma sociedade tão complexa. O mais preocupante é que há um voz liderando todo esse cenário que, acima e além de tudo, quer armar os hipócritas...

Haja compreensão. Precisamos hoje e necessitaremos sempre.


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