Brasília entrou na temporada dos raros e belos ipês brancos. Eles são em
menor quantidade que o ipê roxo, o primeiro a florir, em julho. Concorre com
o majestoso amarelo, florescem juntos, mas o branco dura poucos dias de
florada, algo em torno de 3 a 5 dias. Depois, o ipê vem o cor de rosa, que
fecha a temporada com a chegada das chuvas.
Nossa Brasília é uma cidade privilegiada no quesito paisagem, e o ipê
compõe a magnitude do belo visual da cidade, que tem um céu maravilhoso, tardes e
alvoradas de raríssima beleza, que encantam moradores e visitantes. Segundo
dados da Novacap, empresa que cuida dos jardins desde os primórdios de
Brasília, existem cerca de 200 mil pés de ipês espalhados pelo Distrito
Federal.
Típicas do cerrado, as árvores são caracterizadas pelo troncos retorcidos e floração intensa. Os ipês podem chegar a 12m de altura e essas árvores já ocupavam a área central antes mesmo de a capital ser construída. Ou seja, a identificação de Brasília com o ipê é plena.
A típica árvore de Ipê é a denominação de uma grande variedade de espécies
do gênero Tabebuia e Handroanthus, sinônimos e ambos da família Bignoniácea.
É muito conhecido por sua beleza, exuberância das flores e ampla
distribuição por todas as regiões do Brasil. Os ipês são caducifólias, ou
seja, perdem todas as folhas que são substituídas por cachos de flores de
cores intensas. Gostam de calor e sol pleno.
O pau-brasil é a árvore nacional e o Ipê é considerado a flor nacional. O nome ipê origina-se da língua tupi e significa casca dura. Entre diversos outros nomes, como retratado no poema abaixo, também é conhecido como pau d’arco, porque antigamente os indígenas utilizavam a madeira dessas árvores para fazerem os seus arcos de caça e defesa.
Há muito tempo o ipê é utilizado como matéria prima em razão da boa
qualidade da madeira, tendo como características principais: muito densa e
forte; pesada e dura, difícil de serrar; grande durabilidade mesmo quando em
condições favoráveis ao apodrecimento; alta resistência aos parasitas e à
umidade.
As quatro fotos de ipês brancos nesta postagem são do experiente e competente fotógrafo Ronaldo Silva, sobre quem já escrevi aqui no blog (para ler ou reler, clique aqui).
Saudemos as flores dos ipês e toda o prazer que elas nos proporcionam.
Árvore sagrada
José Carlos Camapum Barroso
Ipê, em pé, retorcido,
Curvas exuberantes.
Árvore cascuda.
Que não se curva
Ao vento, ao tempo...
Nem aos tormentos
De “nova” civilização.
Casco que se verga
Ao fazer zumbir
Flechas certeiras
De civilizações antigas,
Verdadeiras...
Galho que se curva
À beleza da flor,
Do amarelo-amor
Roxo-vinho,
Branco-ternura,
Rosa-delicado...
Ipê-Mirim, gigante
Pela própria natureza...
Pronto Paratudo,
Para que possam ver
A Tabebuia sagrada,
Nodosa e obscura
Que nos viu nascer.
Pau-d’arco e flecha
A erguer moradia,
A deslizar pelos rios,
Sonhos e fantasias...
Árvore da cidade,
No campo e cerrado,
Abraçada ao mundo
Que nos viu crescer.
Árvore centenária
Que não veremos morrer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário