segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Independência com arte antes que seja tarde

Obra de Banksy
Banksy

O Dia da Independência este ano ocorre em meio a uma pandemia avassaladora, que já retirou a vida de mais de 126 mil brasileiros. O país está mergulhado numa crise econômica e política preocupante. A educação e a cultura, que seriam a base e a sustentação para uma verdadeira independência, com desenvolvimento e justiça social, estão relegadas a um plano absolutamente secundário.

A produção cultural, de eventos, e o exercício da profissão pelos artistas de um modo geral são as atividades que pagaram e estão pagando um preço alto em meio à pandemia e o consequente isolamento social. No entanto, foi o último setor a receber socorro e apoio do governo federal, e assim mesmo de forma tímida, desorganizada e insuficiente para o tamanho do estrago.

David Hocney

Mesmo assim, já disse isso aqui e faço questão de repetir, os artistas continuaram a fazer o seu trabalho, dentro do universo de possibilidades que se apresentaram, tentando, ao mesmo tempo, sobreviver e levar o conforto da arte às milhares de famílias isoladas e impactadas pela dor.

Mais um exemplo disso ocorre nas comemorações deste 7 de Setembro. A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro grava um belíssimo vídeo do Hino Nacional. Mais uma vez, com os músicos separados pelo isolamento, conduzidos pela performance brilhante do maestro Cláudio Cohen, edição de imagens de Ellyas Lucas e de áudio de Emanuel Camarão.

Grafite em Brest, na Bielorrússia 

Patriotismo é isso. Muito diferente de enrolar a bandeira do Brasil no corpo e sair às ruas para atacar a Constituição, o Supremo Tribunal Federal, o Congresso, a democracia e fazer discurso de ódio, com componentes fascistas, contra as liberdades democráticas e a imprensa livre. Agarradinhos com a bandeira do Brasil e tremulando a bandeira dos Estados Unidos e de Israel.

Viva as artes, a cultura e um Brasil verdadeiramente independente!

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