Setembro
chegou e com ele o sonho de Primavera para nós habitantes do hemisfério sul. Além de trazer a estação mais esperada do ano, tem a peculiaridade de
suceder o mês de agosto, que está tradicionalmente associado a maus
presságios.
No
hemisfério norte, em março, a chegada da Primavera é uma festa grandiosa e
tradicional há milênios. Alguns povos promoviam grandes festivais para saudar a
nova estação. Gregos, egípcios, sumérios, babilônios e celtas, agradeciam à Mãe
Terra, como chamavam a natureza, por tudo o que ela lhes dava: de alimentos a cura
pelas plantas.
O festival da primavera comemorava a fertilidade, quando todos
os seres, homens, plantas e animais, acordam do repouso do inverno para uma
nova fase, em que o mundo se enfeita e se torna mais belo e fértil.
No Japão, as pessoas fazem uma grande
festa quando as cerejeiras começam a florir – até já escrevi sobre esse tema (para ler, clique aqui). Em algumas regiões do país, os japoneses,
encantados com a beleza da árvore, aproveitam para dar as boas-vindas à
estação, conhecida como haru, fazendo festivais e piqueniques nos
parques, nos quais vai a família inteira.
Por
aqui não temos essa passagem tão marcante, como se saíssemos da água para o
vinho. Do tempo feio e triste para uma estação de flores e frutos, esta sim sempre
associada à fertilidade.
Então,
com o canto de Beto Guedes e os versos de Fernando Pessoa, comemoremos a
chegada do mês de setembro, que nos trará a Primavera e boas novas, o sol,
fonte de energia, a chuva para a fertilidade e as flores para acalmar a nossa
alma.
Fernando Pessoa
Quando vier a
Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria
enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que
amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim
sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Suas palavras trazem novo colorido as as nos vidas nestes tempos difíceis.Texto leve, muita informação, poesia e música!
ResponderExcluirMaravilhoso! 🌺🌻☘️💐
Suas palavras trazem novo colorido as as nossas vidas nestes tempos difíceis.Texto leve, muita informação, poesia e música!
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