domingo, 31 de julho de 2016

Domingo, Dia do Orgasmo, mas amanhã é segunda-feira


Hoje é Domingo. Pede cachimbo, mas o cachimbo é de ouro, bate no touro, que é valente e, se derem bobeira, bate na gente. Para ampliar os horizontes deste domingo, destacamos que ele está no calendário dos homens, não no de Deus, como Dia Mundial do Orgasmo. Pelo calendário religioso, é dia de Santo Inácio de Loyola, que era apaixonada pelas lutas nos campos de guerra e pelas noitadas festivas na corte. Trocou tudo para servir a Deus e salvar almas.

O que se deve fazer no dia consagrado mundialmente ao orgasmo? Buscar o prazer intenso e imensurável durante as 24 horas do dia? Ou fazer um retiro espiritual em agradecimento aos orgasmos alcançados desde a última comemoração?
Aqui em Brasília faz tempo seco, pouco recomendado para tais atividades, mas a temperatura é agradável, não faz calor e há uma fresquidão bastante sugestiva. Às vésperas dos jogos olímpicos, pode-se até criar competições, maratonas, e quem alcançar melhores resultados leva medalha de ouro – sem esquecer de que, como é domingo, a medalha de ouro pode bater no touro, e aí... adeus valentia. E lembremos, também, que amanhã é segunda-feira.


Imaginemos a situação daquele famoso personagem de uma sugestiva piada. Participando de um simpósio, respondeu à pergunta de quantas vezes fazia sexo por ano: “Uma vez, uma vez, uma vez! ”. E o coordenador do evento perguntou: “Tudo bem, mas por que tanta euforia? ”.  E ele, ainda eufórico, gritou: “Porque é hoje, é hoje, é hoje! ”. Suponhamos que, só por hipótese, o dia dele coincidisse com a data consagrada mundialmente ao orgasmo... O camarada iria rebentar o auditório do simpósio...
Dizem os entendidos no assunto que não se deve ficar falando demais sobre sexo. Corre-se o risco de ser confundido com porta-voz do sexo oral. Por falar nisso, e já falando além da conta, lembro que tínhamos uma colega de trabalho, nos tempos de funcionários do Banco do Brasil, que achava que sexo oral era conversar sobre sexo. Revelou tal ignorância sobre o tema morrendo de rir, com o rosto vermelho e as lágrimas escorrendo pela face.
Já falei demais. Daqui a pouco, vão dizer que eu não tenho qualquer vocação pra comemorar tal data...
Deixemos por conta de Carlos Drummond de Andrade, de seu livro O Amor Natural. E Chico Buarque de Holanda, com sua bela O Meu Amor, da peça Ópera do Malandro.

Para o sexo a expirar
Carlos Drummond de Andrade

Para o sexo a expirar, eu me volto, expirante.
Raiz de minha vida, em ti me enredo e afundo.
Amor, amor, amor — o braseiro radiante
que me dá, pelo orgasmo, a explicação do mundo.

Pobre carne senil, vibrando insatisfeita,
a minha se rebela ante a morte anunciada.
Quero sempre invadir essa vereda estreita
onde o gozo maior me propicia a amada.

Amanhã, nunca mais. Hoje mesmo, quem sabe?
enregela-se o nervo, eisvai-se-me o prazer
antes que, deliciosa, a exploração acabe.

Pois que o espasmo coroe o instante do meu termo,
e assim possa eu partir, em plenitude o ser,
de sêmen aljofrando o irreparável ermo.


Um comentário:

  1. Hahahahaha morri de rir!!! Nem sabia que existia um dia só pra isso!!!! Kkkkkkkkk

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