domingo, 17 de julho de 2022

Dia da Proteção às Florestas sem nada a comemorar


Este domingo (17/7) é dedicado a comemorações do Dia da Proteção às Florestas no Brasil. Em razão da destruição maciça das nossas florestas no governo do presidente Bolsonaro, o que se constata é que não temos nada a comemorar. Muito pelo contrário, deve ser um dia dedicado ao protesto, discurso e ações em defesa do Meio Ambiente, tão maltratado nos últimos 3 anos e meio.


A destruição de áreas de floresta na Amazônia continua apresentando índices alarmantes. Segundo levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), no período de agosto de 2018 a julho de 2021, o desmatamento no bioma aumentou 56,6% em relação ao mesmo período em anos anteriores. O Pará segue como o estado que possui as áreas mais críticas de desmatamento desde 2017.



Para o Ipam, o avanço do desmatamento na Amazônia ficou mais evidente a partir da gestão do presidente Jair Bolsonaro, eleito em 2018, por meio do enfraquecimento de órgãos de fiscalização, falta de punição a crimes ambientais e redução significativa de ações imediatas de combate e controle de atividades ilegais na região.

Esta semana que se inicia precisa ser dedicada à proteção dos nossos recursos naturais, em especial às florestas brasileiras. O Dia de Proteção às Florestas, comemorado hoje (17),homenageia ainda um personagem do folclore nacional, a quem é atribuído o cuidado e a proteção das matas do Brasil: o Curupira.

O Curupira, menino de cabelos longos e vermelhos, tipo fogo, tem os pés virados para trás para despistar os caçadores. A lenda é de origem indígena, mas virou parte do imaginário popular em todo o território nacional - e tornou-se peça importante no aprendizado sobre a preservação ambiental.

As crianças precisam conhecer a lenda do Curupira. Na cultura popular brasileira, a proteção das florestas é personificada nessa figura mística, um espírito mágico que habita as florestas e ajuda a protegê-la da invasão e ataque de pessoas má intencionadas. Por este motivo, o dia 17 de julho também é considerado o Dia do Curupira, o “protetor das florestas”.

Com o objetivo de ajudar nesse projeto de conscientização da importância de preservamos nossas florestas, o ZecaBlog publica, abaixo, um trecho do Música Animada, que foi ao ar na TV Brasil, em que a banda Roni e As Figurinhas apresenta uma canção sobre o Curupira.

Esta data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação das florestas - lar de inúmeras espécies de animais e plantas - para a qualidade de vida da humanidade. O Brasil abriga importantes áreas para a preservação ambiental do mundo: a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica.

É importante conhecermos e divulgarmos algumas ações simples que podem ajudar cada indivíduo a colaborar para a proteção das florestas e do meio ambiente:

Usar produtos feitos com madeiras de reflorestamento, normalmente identificadas com um selo ou certificado;

Não colocar fogo em matas;

Não jogar lixo no meio ambiente;

Dar sempre prioridade aos papéis recicláveis;

Não jogar cigarros ou objetos em combustão em florestas, por exemplo. 

Enquanto as florestas brasileiras tentam, desesperadamente, sobreviver ao ferro e ao fogo das máquinas e das queimadas, é de bom alvitre relembrar Castro Alves – um dos mais belos poetas da literatura brasileira.

O melhor mesmo a fazer, nessas horas, é valorizar o Dia de Proteção das Florestas, rezar pra São Curumim, ouvir uma boa música e recitar versos de Castro Alves. Quem sabe o vento muda e a história toma rumo novo.

A queimada

Castro Alves 

Meu nobre perdigueiro!  vem comigo.
Vamos a sós, meu corajoso amigo,
Pelos ermos vagar!
Vamos lá dos gerais, que o vento açoita,
Dos verdes capinais n'agreste moita
A perdiz levantar!...
 

Mas não!... Pousa a cabeça em meus joelhos...
Aqui, meu cão!... Já de listrões vermelhos
O céu se iluminou.
Eis súbito da barra do ocidente,
Doudo, rubro, veloz, incandescente,
O incêndio que acordou!

A floresta rugindo as comas curva...
As asas foscas o gavião recurva,
Espantado a gritar.
O estampido estupendo das queimadas
Se enrola de quebradas em quebradas,
Galopando no ar.
 

E a chama lavra qual jibóia informe,
Que, no espaço vibrando a cauda enorme,
Ferra os dentes no chão...
Nas rubras roscas estortega as matas...,
Que espadanam o sangue das cascatas
Do roto coração!...

 O incêndio — leão ruivo, ensangüentado,

A juba, a crina atira desgrenhado
Aos pampeiros dos céus!...
Travou-se o pugilato... e o cedro tomba...
Queimado..., retorcendo na hecatomba
Os braços para Deus.
 

A queimada! A queimada é uma fornalha!
A irara — pula; o cascavel — chocalha...
Raiva, espuma o tapir!
...E às vezes sobre o cume de um rochedo
A corça e o tigre — náufragos do medo —
Vão trêmulos se unir!

Então passa-se ali um drama augusto...
N'último ramo do pau-d'arco adusto
O jaguar se abrigou...
Mas rubro é o céu... Recresce o fogo em mares...
E após... tombam as selvas seculares...
E tudo se acabou!...




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