quarta-feira, 6 de julho de 2022

Rouanet morre. Congresso ressuscita incentivos à Cultura

                                     Foto: Pedro Gontijo (Senado Federal)


O ex-ministro da Cultura Paulo Sérgio Rouanet morreu no último sábado (3/7). Mas, a lei de incentivo a cultura, que recebeu o nome desse admirável professor, poeta e pensador, está agonizando e sendo menosprezada desde o primeiro dia do governo Bolsonaro. O presidente e seus fanáticos seguidores, por questões ideológicas, elegeram a cultura como o mal maior a ser combatido initerruptamente.

Um dos alvos preferidos para esse combate foi a Lei Rouanet. Atacaram esse modelo de incentivo à cultura em várias frentes até torná-lo um caldo de galinha para doente em estado terminal. Ao mesmo tempo, criaram o modelo, unilateral e antidemocrático, de financiar cantores sertanejos com polpudas verbas públicas das prefeitura Brasil afora. Uma tragédia.

Como se não bastasse, o presidente Bolsonaro usou sua caneta Bic para vetar dois projetos fundamentais para o mundo cultural: A Lei Aldir Blanc e a Lei Paulo Gustavo. Juntas, somam quase sete bilhões de reais em incentivos a projetos culturais tão afetados pela pandemia da Covid-19.

Felizmente, na noite desta terça-feira (5/7), os dois vetos foram derrubados por senadores e deputados federais depois de uma ampla e irrestrita movimentação da classe artística. As duas leis já estão em vigor e vão revigorar a nossa cultura, tão sofrida nesse tempo de pandemia e de fascismo bolsonarista. O primeiro, está passando, passará; o segundo, os fascistas, no pasarán!

Desde as eleições de 2018 até os dias atuais, Bolsonaro e seus seguidores fazem críticas e ataques sistemáticos à Lei Rouanet. No fundo, são preconceituosos, trazem um viés ideológico de extrema direita, e tentaram imputar ao incentivo todas as mazelas possíveis e imagináveis. O caso mais recente foi o do cantor Zé Neto da dupla com Cristiano.

Com todas as letras o cantor disse: "Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo". Em meio à repercussão da polêmica, foi revelado que o show de Zé Neto e Cristiano, em Sorriso (MT), foi financiado com R$ 400 mil de verba da prefeitura. Nos dias seguintes, se tornaram conhecidos outros casos de shows de sertanejos realizados com dinheiro de prefeituras, ou seja, dinheiro público.

A derrubada dos vetos às leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo vem lavar a alma de todos envolvidos, de alguma forma, com a cultura brasileira. Ela sairá mais forte e vai, com certeza, superar esses anos de obscurantismo. O ZecaBlog tem orgulho de apoiar os artistas brasileiros, nos momentos bons e nos momentos de extrema dificuldade, como esse que começou no dia 1º de janeiro de 2019, mas, temos certeza e esperança de que terminará no dia 31 de dezembro deste ano.

Tempos melhores virão! Para a cultura e para o povo brasileiro. Salve a cultura e todos aqueles vivem e sobrevivem da arte.


Um comentário:

  1. Os incentivos culturais são necessário até pra ensinar o povo a bater palma.

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