Noel Rosa morreu há exatos 74 anos. Hoje é dia do seu aniversário de morte. Pelo menos é o que está escrito em todas as suas biografias.
Mas, se olharmos de forma mais atenta, veremos um compositor de extraordinário talento, com uma criatividade invejável. Não chegou a completar 27 anos de idade e dedicou plenamente apenas sete anos de sua vida à carreira artística. Foram anos suficientes para deixar 259 canções que desafiam o tempo, o modismo e são reconhecidas até hoje como verdadeiras obras-primas.
Mas, se olharmos de forma mais atenta, veremos um compositor de extraordinário talento, com uma criatividade invejável. Não chegou a completar 27 anos de idade e dedicou plenamente apenas sete anos de sua vida à carreira artística. Foram anos suficientes para deixar 259 canções que desafiam o tempo, o modismo e são reconhecidas até hoje como verdadeiras obras-primas.
Noel era um cronista atento de sua época. Desenvolvia letras e melodias com sagacidade, humor fino e uma equilibrada dose de ironia. Levou o samba para o rádio, o meio de comunicação mais popular da época e, graças ao extraordinário talento, acabou com a distância que existia entre o samba do morro e a música da cidade.
Nos versos de Noel, “o samba, na realidade/ não vem do morro/ nem lá da cidade/ e quem suportar uma paixão/ sentirá que o samba, então/ nasce do coração”.
Um dos mais profundos mergulhos na vida e obra de Noel foi lançado em 1990, pela editora UnB, e assinado por João Máximo (jornalista) e Carlos Didier (músico): Noel Rosa – uma biografia. O livro só ficou em catálogo até o ano de 1994, depois de ter vendido 15 mil exemplares. Foi proibido de circular justamente pelos herdeiros de Noel.
Por ironia do destino, Noel tinha escrito os seguintes versos: “Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém/ Eu vivi devendo a todos, mas não paguei ninguém”. Todo o belo trabalho encadernado no livro virou artigo de colecionadores. Nunca mais pode ser reeditado. Eu sou um privilegiado, por isso, meu exemplar fica bem guardado (veja foto da capa).
Para homenagear Noel Rosa, que viveu apenas 26 anos e cinco meses, nada melhor do que ouvir o seu Último Desejo. É bom para fechar esta noite de quarta-feira. No vídeo abaixo, a última cena do filme Noel – o poeta da Vila, que foi baseado no livro que está proibido pelos “herdeiros” de Noel. A voz é do mestre Wilson das Neves. Depois de ver esse vídeo e ouvir Último Desejo é possível dormir em paz, porque se tem a certeza de que Noel Rosa não morreu, nem morrerá.
"Toda a cidade soluça
ResponderExcluircomovida, se debruça
sobre o caixão de Noel.
Estácio, Matriz, Salgueiro,
todo o Rio de Janeiro
consola Vila Isabel.
(Silvio Caldas).
Mais não é preciso dizer, além destes versos e da crônica do blog. Grande Noel, grande José!
Zeca adorei o post!
ResponderExcluirConcordo que Noel Rosa nunca morrerá afinal suas músicas falam aos corações e caminham pelo cotidiano.
Abraço,
Ana Luiza.
Maravilhoso! Adoro a fusão da boa música com a prosa. Passei aqui a convite do bom amigo Itaney Campos, irmão do amigo irreverente e alto-astral, Ítalo Campos - pessoas boníssimas e respeitáveis que aprendi a gostar muito. Passei por aqui e ocupei-me de seu espaço por algum tempo em minha manhã. Apreciei tudo que li e ouvi - prometo voltar outras vezes. Carinhosamente, Clara Dawn
ResponderExcluirTava navegando e vi seu blog.Gostei.
ResponderExcluirApesar dos meus 19 anos sou conhecedora e adoro esses poetas e
boêmios do samba como o Noel o Cartola e muitos outros.
Tá chegando o carnaval e eu me pergunto: Afinal que Carnaval?
Hoje se tem uma festa popular,mas carnaval mesmo já existiu.Pena não ter nascido em outra época.
O que tá acontecendo com a nossa cultura o mais lindo que temos do nosso país?Adoraria sair por aí nos blocos de ruas cantarolando os grandes sambas e marchinhas.
Os jovens de hoje(que ironia pois tenho 19 e falo como 40...rsrs)estão completamente alienados o refrão deles é ai ai se eu te pego nesse carnaval.Onde vamos parar?
Era pra ser só um comentario mas precisava desabafar.Você ganhou uma seguidora.
Abraço.Paloma.
Sinto-me feliz, Paloma, quando fico sabendo que existem pessoas jovens com essa sua formação e curiosidade cultural. Esse Carnaval mais ingênuo e bem-humorado, das marchinhas, está voltando com os blocos de rua, felizmente. Valorizar mais as nossas atividades culturais só depende de nós mesmos - e de pessoas com a sua formação. Grande abraço.
ExcluirOlá, eu tenho exemplar dessa biografia para vender (sem uso), se alguém tiver interesse pode entrar em contato comigo tamires.emidio@gmail.com
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