quinta-feira, 19 de maio de 2011

Música brasileira é um verdadeiro açúcar de colher

Quando a gente pensa que sabe alguma coisa, sabe nada. Ary Barroso (foto) fez uma bela canção em 1938, chamada Meu Amor Não Me Deixou, que só se tornou conhecida o ano passado, quando o pessoal do Rumo aos Antigos reuniu-se para gravar canções pouco ou nada conhecidas da Era do Rádio (para saber mais, clique aqui).
Outra pérola, até o ano passado pouco conhecida, é a música que dá título ao CD. Sopa de Concha foi composta por Alcyr Pires Vermelho e Pedro Caetano – este um compositor de extraordinário talento; aquele, além de compositor, foi um pianista maravilhoso.
A verdade é que a gente vai descobrindo todas essas maravilhas e se conscientizando da grandeza da música brasileira, que tem cacife para ser comparada à música americana. Ary Barroso, um exemplo típico dessa riqueza nacional, com sua universal Aquarela do Brasil, era mineiro de Ubá e compôs canções belíssimas sobre temas da Bahia, como O Tabuleiro da Baiana e Quindins de Yayá.  
Pedro Caetano nasceu em São Paulo, na cidade de Bananal, mas era carioca da gema, não apenas porque se mudou para o Rio de Janeiro com apenas nove anos, mas por ter incorporado, à sua sensibilidade musical, o samba e o choro. Compôs sambas conhecidos, como Onde Estão os Tamborins?, imortalizando os versos “Mangueira, onde é que estão os tamborins, ó nega/ Viver somente de cartaz não chega/ Põe as pastoras na avenida, Mangueira querida”.
O pessoal do Rumo esteve no Sr. Brasil, de Rolando Boldrin, e cantou as duas canções, com acompanhamento belíssimo dos músicos que gravaram o CD. Vejam e ouçam as duas interpretações abaixo. A primeira Meu Amor Não Me Deixou, de Ary Barroso, a canção que abre o CD. Depois, Sopa de Concha, de Alcyr e Pedro Caetano, para não esquecermos que a vida pode até não ser doce, mas a nossa música é "açúcar de colher".



Nenhum comentário:

Postar um comentário