Juracema Camapum Barroso, minha irmã Jurinha, tem escrito uns textos interessantes, que sempre procuro compartilhar aqui com os amigos. Esta semana, mandou-me esse desabafo de mãe, que publico abaixo. Hoje por coincidência é aniversário dela. Já liguei dando os parabéns e postei um texto no Facebook.
Mas, venhamos e convenhamos, só isso não bastava. Lembrei do texto. Acredito que a publicação é um presente para todas as mães, que sofrem com seus filhos, milhares e milhares de problemas distintos por esse mundo afora.
Lembrei também da canção Mamãe Coragem, de Torquato Neto e Caetano Veloso, que faz parte do belíssimo disco Tropicália, lançado pelos idos dos 60 do século passado. Música interpretada pela saudosa Nara Leão.
Além da postagem, deixo aqui meus parabéns e o desejo de que a felicidade faça as pazes com essa irmã maravilhosa e mãe invejável.
Mantenha-se firme e forte, Jurinha, com a convicção de quem sempre tem feito o que todas as mães fazem por seus filhos: o máximo e o melhor.
Como dizem os autores da canção: “Mamãe, mamãe, coragem./ A vida é assim mesmo...”.
Amanhã será um outro dia...
A CARTA
Juracema Camapum Barroso
Quando me procuras e vejo em teu rosto tamanho desespero, com feições de rochas, das muralhas que nos acompanham e falatórios de culpas, desembocas em prantos. A fragilidade vem à tona, abrindo o teu ser e repetindo que queres um futuro... Eu sempre acredito. Então, elevas-me a uma Deusa Grega, onde o amor é uma fonte inesgotável. Desprendo dos meus limites em teus momentos mágicos, retorcendo-me, esperando que aquele instante torne-se outro instante, onde o sono com paz vele nosso lar.
O mundo das drogas são máscaras. Uma fenda profunda e escura na alma de quem não consegue mirar o sol. Debruça sobre a mãe o nevoeiro do teu destino. Quebram-se louças e arrancam-se cabelos. Ah... Mas o teu olho enxerga o estrago. Não és tu apenas quem se dissolve. Fantasmas nos rondam em muros que não alcançamos uma saída. O Nós torna-se Tu e Eu. Há uma necessidade de expressar a situação complexa, mas como expressar? Um emocional tonto no ar, não comunica nada. Nem tudo que temos na alma é nosso, nem tuas viagens serão eternas. Ouço o som do desmanche como ondas do mar, e isso deve ficar no particular para que não estremeça lábios alheios. Então eu me recolho esgotada. Vou ver o lago transbordar. Navego fugindo de uma cidade Bipolar, fogueiras aquecem minhas noites, e a Estrela Dalva sempre brilha. O Cata-Vento quebra-se. Foi o vento, que vem e vai... Como os sentimentos de dor.
Escrever para mim é uma comunicação sagrada. Admiro a grandeza dos poetas, dos escritores. São como vulcões que borbulham e as larvas que soltam fazem bem, confortam e trazem paz aos leitores. Embora o presente seja sofrimento, ser otimista é melhor. E o futuro é a esperança do espírito.
Que sensível, jura... Torcemos para que as coisas se ajeitem. Fiquem bem! bjs
ResponderExcluirGrande presente meu irmão, belíssima música que ouvi pela primeira vez com Tio Célio. Obrigada. Agradeço enviando um verso da WISLAWA SZYMBORSKA, hoje minha poeta preferida, amanhã pode ser mais outra(o). " Não espero por eles andando da janela à porta.Paciente quase como um relógio de sol, entendo o que o amor não entende, perdoo, o que o amor nunca perdoaria."
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