terça-feira, 18 de junho de 2013

Dia do Químico, mágicas e alquimias através dos tempos


No dia escolhido para homenagear os profissionais da Química, é bom lembrar que os políticos desse nosso imenso Brasil são verdadeiros alquimistas, principalmente em anos de eleição. Devemos estar sempre preparados para o imenso besteirol que se divulga na propaganda eleitoral como se fossem conquistas e melhorias alcançadas pelo povo brasileiro. Essa capacidade de transformar tudo que toca em ouro não é privilégio só dos políticos que estão no poder. Também os oposicionistas são capazes de nos surpreender, sempre.

E se esses políticos vivessem na Idade Média não seriam considerados químicos, com certeza. Na verdade, não seriam nem mesmo alquimistas. Pela Igreja Católica, a cada vez que se manifestasse, cada um deles seria tomado por um bruxo. Correria o risco de morrer queimado na fogueira, enforcado, decapitado ou afogado. Tem político que é favorável à pena de morte. Aliás, tem político que é "favorável à tortura". Pasmem!

Pois era assim que a poderosa Igreja de então tratava as pessoas, principalmente as mulheres, que se aventuravam a produzir suas porções ou elixires. Em dois séculos daquela Era, mais de 50 mil mulheres foram assassinadas por terem sido consideradas bruxas.

Na verdade, o que faziam era misturar extratos de flores de Dedaleiras, com sapos secos e extratos de raízes de Serpentina no óleo de amêndoa. Estava pronto o Elixir do Sono Profundo, que adormeceu Branca de Neve, a Bela Adormecida e até Julieta, de William Shakespeare, na imortal paixão por Romeu. Sócrates foi condenado a morrer envenenado pela Cicuta. Na idade média, as “bruxas” sabiam produzir o elixir da morte à base de semente de Cicuta, misturada com extrato de semente de Estricnina, cujo principal alcaloide é a estricnina, e mais uma vez o sapo seco – tem-se aqui o Elixir da Morte. 

As alquimistas de então também faziam o Elixir do Amor, que misturavam em óleo de amêndoa, raízes de Mandrágora (narcótico e afrodisíaco), com flor de Meimendro (alucinógeno), nozes de Areca e Cânhamo-Amarelo (pura adrenalina). Diziam que essa poção servia para elevar o bem-estar.

Elas produziam coisas mais interessantes ainda. Inclusive um unguento que era passado na vassoura para que pudessem voar até a floresta – diziam as más línguas que era aonde iam participar de diabólicas orgias. Nessa poção fantástica, elas adicionavam Beladona, folhas de Dama da Noite, extrato de raízes de Mandrágora e misturavam tudo no óleo de amêndoa e gordura de bebê – de preferência recém-nascido ainda não batizado.

Assim os poderosos da época faziam a química de misturar verdades com mentiras e transformar as alquimistas de então em bruxas. Tudo isso acabava na fogueira, infelizmente, em nome de Deus. Foram os artistas de então, por meio da poesia, literatura e libelos, que fizeram frente a tamanha desumanidade. Hoje, os chargistas enfrentam o fundamentalismo sanguinário e pagam com a vida. Há também os que querem utilizar a draconiana Lei de Segurança Nacional, da ditadura militar, contra chargistas e humoristas. 

Os políticos, acima mencionados, fazem suas poções mágicas com extrema facilidade e desfaçatez. Mas não são capazes de tirar o brilho dos profissionais de Química, que merecem nossa sincera homenagem no dia de hoje. A eles os nossos parabéns, e também as nossas esperanças de que um dia, quem sabe, consigam encontrar a fórmula mágica capaz de espalhar, aos quatro ventos, sabedoria, discernimento, bom-senso e amor próprio.

Fiquem com Deus, com a ciência e com Jorge Ben Jor...

Um comentário:

  1. Texto muito bom tio,o povo quer é reclamar so que nem sabe de que!que palhaçada.ABRAÇO.

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