Goiânia tem do ponto de vista proporcional
a maior frota de veículos e o mais expressivo número de motocicletas nas ruas,
em comparação com todas as capitais do Brasil. São mais de um milhão de
veículos circulando, numa proporção de 1,2 carros por pessoa, e mais de 350 mil
motocicletas nas ruas da cidade.
Estudo feito pelo Observatório das Metrópoles, com base em números do Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran) constatou que, em dez anos, de 2001 a 2011, a
frota de veículos em Goiânia aumentou mais de 100% e a de motocicletas
simplesmente triplicou. As causas principais são o aumento do poder aquisitivo
da população, os incentivos fiscais dados pelo Governo Federal e a facilidade
de obtenção de créditos junto às instituições financeiras. Tudo isso estimulado
por transporte público de baixa qualidade que não convida ninguém a deixar seu
veículo em casa.
Soma-se à falta de planejamento claro e preciso para melhorar o sistema de transporte coletivo o fato de que, diante
de um aumento dessa dimensão da frota de veículos e de motocicletas, é impossível
viabilizar um projeto sem que se faça um redesenho amplo da cidade, o que teria
um custo social muito alto.
Esse é um quadro nada desejável vivido
pela população brasileira em todos os grandes centros urbanos. Mas, a situação
em Goiânia é particularmente assustadora, pois está chegando a um ponto
insuportável de forma rápida e sem que as autoridades apresentem uma solução
planejada para a população. A cidade não tem um quilômetro sequer de metrô e
terá que implantá-lo daqui pra frente a um custo altíssimo.
Exponho essa preocupação porque tenho
uma grande admiração pela capital goiana, principalmente pelos seus valores
culturais, pela vida noturna cheia de opções, bons restaurantes, ótimos
barzinhos, e um povo bastante acolhedor. Goiânia não é uma cidade isolacionista
como Brasília. Lá, quando você sai de casa, sente-se perto das pessoas. Elas
estão ali, nas calçadas, nas praças e, quando os motoristas e motoqueiros
permitem, também nas ruas.
Goiânia precisa acordar rápido para a
gravidade dessa situação antes que, definitivamente, seja tarde. Aliás, já
estamos bem perto do caos. Falta muito pouco para a cidade parar. Depois não
adiantará ficar repetindo o refrão: “Goiânia parou! Parou por quê?”.
Parou por culpa de todos nós e não
apenas pela incompetência e desinteresse das autoridades.
Que sirva de alerta!...Vou compartilhar, porque já estamos estupefatos com o trânsito emperrado da cidade, no presente, e em pânico com as perspectivas aterrorizantes do tráfego no futuro!! Goiânia segue o exemplo de São Paulo, no que ele tem de pior, e não é por acaso que muitas incorporadoras imobiliárias paulistas dominaram o mercado goianiense, contando com a facilidade de uma legislação que ignora o plano diretor e o impacto de trânsito da construção civil.
ResponderExcluirMuito boa a reflexão. Sofro diariamente com este trânsito que piora a cada dia. De fato, não temos perspectiva de melhora a médio prazo. Falta a população acordar e cobrar do poder público. De fato, em breve vamos parar.
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