sexta-feira, 13 de maio de 2011

Japão desiste de usina nuclear. Brasil foge do debate


Naoto Kan viu a tragédia japonesa de perto e quer trocar a opção nuclear...


... Por fontes de energia limpas e renováveis. Já o Brasil foge da discussão
Dois meses depois do terremoto e do tsunami que causaram a maior crise nuclear do Japão pós-guerra, o premier Naoto Kan anunciou que o seu país não vai mais construir usinas nucleares. Os japoneses vão investir em energia renováveis, como a eólica e a solar, além de aumentar seus esforços na conservação de energia. O Japão vai começar do zero na criação desses novos projetos e deverá continuar dependente de energia nuclear por um bom tempo.
Este blog tem procurado levantar o debate sobre o tema (veja matéria publicada aqui), por entender que o Brasil precisa abrir essa discussão imediatamente. Mas isso, até agora, não aconteceu de forma clara e inequívoca. Ao contrário dos japoneses, não vamos começar do zero nesse universo de energias alternativas ao petróleo e às usinas nucleares. Nosso patamar está bem acima do japonês.
O Brasil já tem um forte potencial de energia hidroelétrica instalada, que corresponde a 68% de toda energia gerada no país, e ainda tem capacidade para novas instalações. Os japoneses não contam com esse potencial. Além disso, o Brasil tem boas condições para produção de energia eólica e solar.
Enquanto o Japão decide mudar de rumo, o Brasil parece insistir na construção de mais quatro usinas nucleares ao longo do rio São Francisco - o Velho Chico de tantas batalhas pela sobrevivência. A discussão que precisa ser implantada agora é a da mudança de cultura, em busca de soluções para a era pós-petróleo, sem apostar no viés nuclear.
O Japão, que é tão dependente de energia nuclear, dá a volta por cima e parte para enfrentar novos desafios. Mas o Brasil prefere dar a volta por baixo, insistindo em velhos projetos e impedindo que a discussão sobre novas alternativas se instale.

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