quarta-feira, 13 de abril de 2011

Japão quer reavaliar energia nuclear. E o Brasil?

A unidade 3 da Usina de Fukushima, nos primeiros dias, estava assim...

...A situação hoje, um mês depois da tragédia, preocupa autoridades japonesas
A situação do vazamento na usina nuclear de Fukushima, no Japão, é muito mais grave e preocupante do que se imaginava. A descoberta de plutônio no solo e alta radiação na água levaram o governo japonês a considerar a situação “muito séria”, comparada ao desastre de Chernobyl, na Ucrânia.
Com o agravamento da situação desde sábado, as autoridades consideram que o quadro é “imprevisível” e exige pleno acompanhamento. Ao mesmo tempo, o governo japonês começa a questionar o uso de energia nuclear, tendo em vista o seu potencial devastador.
O debate inevitavelmente chegou ao Brasil, que projeta aumento nos investimentos desse tipo de energia, mesmo sendo um país com grande potencial para energia hidráulica. Segundo Ildo Sauer, doutor em engenharia nuclear e professor da Universidade de São Paulo (USP), “até 2040, 2050, quando tivermos 200 milhões de habitantes, mesmo dobrando o consumo da população, será preciso usar apenas 70% do nosso potencial hidráulico, ainda sobra energia”. Não apenas ele, mais vários outros especialistas consideram que a situação do Brasil é muito confortável.
Outro aspecto conspira contra a instalação de novas usinas nucleares. Os estados que receberiam os empreendimentos já começam a questioná-los. Governadores da base aliada, inclusive, como Eduardo Campos, de Pernambuco, e Marcelo Déda, de Sergipe, já avisaram que vão repensar a viabilidade da construção de parques nucleares.
Por enquanto, o governo brasileiro concordou em fazer uma avaliação das condições de seguranças das usinas nucleares de Angra I e II. Mas as obras de Angra III continuam e a disposição para construção de mais outras quatro usinas, também.
É vital a abertura do debate sobre a ampliação do parque energético nuclear, que prevê o aporte de um volume altíssimo de recursos. Só Angra III deve custar R$ 8 bilhões e vai gerar 1.345 megawatts. Segundo especialistas, essa energia poderia ser produzida pela matriz hidráulica, eólica ou de outra fonte. As usinas nucleares previstas para serem construídas no entorno do Rio São Francisco teriam um custo da ordem de R$ 80 bilhões. Usando outras matrizes, bastariam investimentos da ordem de R$ 20 bilhões para substituí-las.
A abertura do debate, portanto, é imprescindível. Não é mais uma reivindicação apenas de ambientalistas xiitas, como se dizia no passado. A sociedade brasileira quer debater o assunto e o governo não tem mais como evitá-lo.
Em Chernobyl, foi erguido monumento aos bombeiros que morreram no acidente

Um comentário:

  1. Um ótimo comentário . A comunidade brasileira debater esse assunto é fundamental . A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, está sempre trazendo autoridades no assunto para debate, visetem o site da Comissão, é importante.

    ResponderExcluir