terça-feira, 12 de abril de 2011

Flamengo é cultura. Academia de Letras sabe disso


Desculpem-me os antiflamenguistas fanáticos, mas Flamengo é cultura. Taí a Academia Brasileira de Letras para provar e comprovar o que estou dizendo. Nas comemorações dos 110 anos do nascimento de José Lins do Rego, o homenageado foi Ronaldinho Gaúcho, sobre quem eu já escrevi neste blog (clique aqui), elogiando principalmente a sua maneira alegre de jogar futebol.
Já escrevi também sobre a alegria que o nosso saudoso José Alencar, que morreu há duas semanas, tinha pelo seu Flamengo do coração (clique aqui). Quando o assunto futebol tem um lado curioso, artístico, cultural, vira matéria para esse cantinho do ZecaBlog. Não vamos tratar aqui de resultado de jogos, andamento de campeonatos – isso tudo fica para o jornalismo esportivo.
Mas, é curioso saber que o jantar de homenagem a José Lins do Rego, pela sua eleição como presidente da ABL foi justamente oferecido pelo Clube de Regatas do Flamengo, em 1955, quando o clube rubro-negro se tornaria tricampeão carioca, e deixaria mais feliz ainda o escritor paraibano, um apaixonado por futebol e pelo clube da Gávea.
Alguém mais despeitado pode até questionar: conceder a medalha Machado de Assis, a máxima honraria da ABL, para um jogador de futebol? Ronaldinho nunca escreveu um livro – será que já leu algum? Isso tudo é verdade. Ele sabe apenas tocar pandeiro e jogar futebol. Mas, e daí? Executa sua tarefa de jogador com arte, alegria, e proporciona aos escritores inspiração para crônicas esportivas. Imaginem José Lins do Rego, ou Nelson Rodrigues, escrevendo sobre o estilo Ronaldinho de jogar futebol... Claro, seria infinitamente melhor do que os textos piegas de Pedro Bial.
Marcos Vilaça, presidente da ABL, brincou: “A Academia vai fazer a iniciação literária de Ronaldinho”, e presenteou o craque com o livro “Flamengo é puro amor”, de José Lins do Rego.
Lá fora, a charanga do Jaime tocava... No cardápio do almoço, bacalhau.
Bom demais!

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