Pequenas histórias vão, eventualmente, aparecer por aqui, neste blog. São ficções. Histórias que me foram contadas há pouco, ou há muito tempo. Qualquer semelhança com fatos ocorridos na vida real será mera coincidência. Nome de personagem, quando houver, vai ser também, sempre, inventado, de acordo com a melhor conveniência para facilitar a narrativa. Quem tiver sugestões, serão sempre bem-vidas.
Fetiche virtual por bombeiro
Minha mulher chegou irritada em casa. Nervosa, já foi logo desabafando:
- Você acredita que minha irmã brigou com a filha! Estão de mal, nem se falam mais, por causa de um amigo virtual na internet.
Fiquei calado, esses assuntos de família, sabem como são...
- É o fim do muuuuunnndo... Elas ficam o dia inteiriiiiiinho no Orkut; em vez de cuidarem da própria vida, nããããoo...! Preferem acompanhar a vida dos outros. Agora, descobriram que estão curtindo um mesmo “amigo” virtual. Brigaram. Tão de mal. A mãe não fala com a filha, e vice-versa.
Pensei em continuar calado, mas percebi que o silêncio seria pior.
- E esse Dom Juan faz o que na vida? Perguntei, timidamente.
- Agora é que vem a surpresa... Ele é bombeiro militar! Nada contra os bombeiros, mas mãe e filha ficarem, na vida real, brigando por causa de um bombeiro virtual... É demais, né!?!
- Depende, vai ver que é o mesmo bombeiro que enlouqueceu a Luma de Oliveira. Num é um bombeiro qualquer...
- Que nada! Disseram que é um bombeiro lá do Piauí, muito atencioso, mas...
Essa discussão teria se prolongado por mais tempo, não fora a pronta intervenção da empregada, que veio lá da cozinha toda cheia de si (estava por acaso ouvindo a conversa):
- Vocês tão por fora... Precisa saber, mesmo, é o seguinte: qual é o calibre da mangueira que ele está usando pra apagar esse fogo...? O resto é bobaaagem!
Pronto. Encerrou a conversa.
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